segunda-feira, 24 de fevereiro de 2003

Finalmente algumas palavras acerca do Porto Santo

"... Em verdade, essa bela ilha, digna, aliás, de melhor fortuna, foi sempreesquecida pela metrópole, e menosprezada pelo governo local, cifrando-senisto a sua obscura história..."Álvaro Rodrigues de Azevedo, 1873Já me havia deslocado a Porto Santo um punhado de vezes mas sempre em fériasbaneares.Em todas elas não resisti ao apelo dos seus estupendos trilhos (e estradas),é facil alugar uma bicicleta por lá e, mesmo sem material à altura procureiprovar que, "em tempo de férias não se limpam correntes" e fundei a minhaposição sobre a perfeição da ilha para o "mountain bike".Assim quando a Maia Cycles promoveu o passeio foi tempo de não hesitar eagendar a respectiva disponibilidade.Desta vez estava ali, de Inverno, com a minha bicicleta, devidamenteafinada, para dois dias de rotação de pedais.Venci a barreira psicológica do transporte do velocipede em aeronave. Bastamapenas uns pequenos truques de acondicionamento e entender o procedimento detransporte aéreo como um passeio de BTT e no qual ela sofre afinal apenasmais um ligeiro desgaste... Assim foi também com a maioria das máquinas,desnudadas, tal como conheceram a luz do dia fora da loja.Ficámos hospedados no Hotel Vila Baleira e daí saímos Sábado, na direcçãopoente para um conjunto interessante de aventuras..."O MEU AMIGO NITO"O proto free-rider da Invicta foi o guia dos 26 ciclistas. Tinha lá estadono fim de semana anterior a reconhecer às ordens de certo lojista da Maia.Como não podia deixar de ser o passeio desenrolou-se entre saltos, drops,montes de pedras e afins. Era ver muitos aos saltos, a voltarem atrás pararepetir e aos gritos. Pareciam "um bando de pardais à solta"...ESPÍRITO DE FÉRIASFoi como a deslocação foi entendida por muitos, o segundo dia foiaproveitado para o relaxe total: vi-me na contingência de pedalar a solo sóporque começou a chuviscar. Nem sabem o que perderam! No primeiro dia não sópercorri todo o asfalto da estrada marginal sul da ilha (15 kms. nos doissentidos) durante o aquecimento como ainda tive de esperar pela partida mais15 minutos.SECO E MOLHADONunca tinha visitado o Porto Santo no Inverno. Para o BTT é bem melhor estaaltura: temperatura amena, tudo verde, poucos turistas e ainda menostrânsito, mais perto portanto, do paraíso. Também foi interessante pedalardebaixo de um dilúvio subindo pela estrada da Serra de Dentro para aCamacha, só visto!O PASSEIO DAS CONSTIPAÇÕESEfectivamente pelas dificuldades técnicas, furos e pelas grandes diferençasde andamento no sábado foram mais as pausas a arrefecer que o tempo efectivoa pedalar e a aquecer. No entanto os locais visitados foram do agrado gerale a deslocação justificou-se plenamente!DESCANSO AO SEGUNDO DIA OU "A VEREDA!"Chama-se "Vereda Pico do Castelo-Moledo" e é um dos melhores troços BTT queconheço. Tive ocasião de o tornar a visitar no domingo, mesmo à chuva. É queo passeio do dia anterior tinha gente aversa às alturas e apenas se passoulá embaixo no sopé. Para terem ideia trata-se de um circuito em torno dosquatro picos mais altos da ilha (Castelo, Facho, Gandaia e Moledo - 400/500m. altura) onde ela ainda é verde pela influência da floresta. Uma estreitae única vereda de pé posto a cerca de 100 metros dos topos une os cumesrevela-nos um panorama deslumbrante mas onde a concentração tem de sergrande pelo risco da queda. Obtem-se a panorâmica completa da ilha. Écompletamente impossivel descrever em palavras a grandiosidade do local. Fiza solo e tornaria a fazê-lo de novo nessas mesmíssimas condições, o que écerto é que, com medo da chuva, ou por causa das "correntes partidas"(desculpa que ouvi a três elementos) ninguém me acompanhou.PONTOS ALTOSNão em cota (pois andamos quase sempre cá por baixo no sábado) mas emespectacularidade foram a zona rural do Campo de Cima onde o terreno temfalhas provocadas pelas escorrências da chuva e onde o estilo free-ride seimpõe, ou a passagem nas Serra de Dentro e Serra de Fora em cenáriossubtropicais onde pontuam as palmeiras e as figueiras da India. Assim como adifícil transposição do túnel até ao Porto de Abrigo. No domingo, na VeredaCastelo-Moledo, foi o terreno de montanha com os pinheiros e o verde imenso.PATO BRAVOEra o nome do restaurante no Porto de Abrigo, nada mais a propósito...PASSEIO NOCTURNO ALVALADE-PORTO SANTOOs amigos do Alvaladense lá estavam em peso! Foram portagonistas do "passeionocturno" pelos bares extra-programa :-).PARA-OLÍMPICOSUma palavra de destaque para os atletas portadores de deficiência queparticiparam no "evento-paralelo" da 1/2 maratona nas suas cadeiras de rodasespeciais. Alguns eram tão rápidos que ultrapassavam as bicicletas maislentas: só visto!¤º°`°º¤ø,¸¸,ø¤º°`°º¤ø¤º°`°º¤ø,¸¸,ø¤º°`°º¤ø¤º°Saudações Virtuais, Virtual Best RegardsAntónio Pedro Roque Oliveira

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