segunda-feira, 26 de outubro de 2020

CONTRADIÇÃO LIBERTADORA

 

Neste contexto de incerteza relacionado com o avanço inexorável da segunda vaga pandémica, desfrutar de um passeio de bicicleta assume-se, mais que nunca, como um ato libertador.

O tempo soalheiro é um adicional não desprezível e a Lisboa histórica onde, por este dias, os turistas são espécie rarefeita, acrescentam encanto a este ato simples, mas tão gratificante.

O bairro do castelo, que antes parecia uma cidadela ocupada por bárbaros, readquire assim todo o seu encanto. O som dos pássaros domina onde antes se escutavam os múltiplos idiomas que Babel gerou e o sentimento de tranquilidade impera.

Sem pôr em causa a necessidade vital do turismo e o drama da sua falta presente, também não deixa de ser verdade que há um lado agradável nesta equação. 

Carpe Diem.



terça-feira, 6 de outubro de 2020

A "NOVA NORMALIDADE" VELOCIPÉDICA

 


A situação pandémica afetou também a programação dos meus passeios de bicicleta, mormente aquele que seria a grande incursão de Verão, o Caminho da Costa até Santiago de Compostela.

Comprometeu não só a preparação como, igualmente, a incursão em si mesmo que foi suspensa por força das circunstâncias. Do mesmo modo, com as passagens pelo ginásio a pertenceram ao passado, a forma, outrora orgulhosamente acima da média decaiu inevitavelmente e, salvo algumas incursões furtivas, em pleno confinamento, pela Serra da Arrábida, o sedentarismo assentou arraiais.

Sem embargo o plano de retoma aí está. Como nestas coisas a prudência e a gradualidade são as melhores conselheiras então percorrer retas enormes são o mais ajustado antes de nos aventurarmos nas ascensões mais ou menos míticas.

A ligação em bicicleta entre Lisboa e Setúbal (os espaços onde me movo habitualmente) aproveitando, após a travessia fluvial, a novíssima ecopista do ramal que une o Montijo ao Pinhal Novo e daí até à cidade do Sado, tem sido o espaço de eleição.

Como é basicamente uma reta com 11 kms. ela funciona como uma espécie de pista de contrarrelógio, mesmo que efetuada em máquina BTT e com pneu gordo. É um gosto percorrê-la daquele modo, bem ao lado das EN 5 e 252, a bom ritmo.

Após o Pinhal Novo, o estradão de tout venant que segue do lado nascente da linha férrea até perto da estação de Palmela percorre-se também num ritmo elevado e a ligação Aires a Setúbal a restar para anteceder uma entrada gloriosa na cidade através da ciclovia e rolar pela Várzea até ao Bonfim.

Quanto ao ímpeto sedentário ficou esquecido e a dinâmica reinstalou-se, thank God.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Fátima 20!


Alcancei a vintena de deslocações a Fátima. Como nunca nenhuma delas foi simples, desta vez foi o vento moderado de NE que complicou e muito a deslocação. Mas completou-se.

Destaque para um personagem típico, com um boné de capitão, que encontrámos em Valada e cujos relatos fizeram as delícias dos 3 ciclistas.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

A PEDELEC E A QUEBRA DOS MITOS



A Rockrider E-ST500, da Decathlon, recém adquirida, é a minha primeira incursão no mundo das pedelecs. Devo afirmar que tem uma relação preço-qualidade imbatível, embora se trate de uma bicicleta com o motor no cubo traseiro o que lhe limita, um pouco, a performance TT em virtude da distribuição do peso que, como está bem de ver, se concentra mais na parte posterior.

Possui um quadro de alumínio 6061, uma forqueta SR Suntour XCR de 120 mm, transmissão de 9 velocidades, composta de cranks monoprato SRAM NX, desviador Shimano Altus, cassette 11-36T, travões Tektro mecânicos com discos de 180 mm de diâmetro, rodas alumínio de perfil largo e pneus Hutchinson Cougar (27.5x2.4). Tem um peso declarado de 22.2 kg (M). Possui  ainda sensor de binário integrado no eixo pedaleiro o que permite controlar o nível de assistência elétrica pedalando (para além dos três níveis de assistência selecionáveis).

Os primeiros testes usaram a configuração tal e qual veio do comércio. A ideia era a de ter uma ideia aproximada da autonomia máxima. O visor, quando ligado e com a bateria a 100%, indicava os seguintes valores de autonomia (kms.):
  • Nível 1 - 50,6
  • Nível 2 - 37,4
  • Nível 3 - 29,2
Parecia curto para o que se está habituado a pedalar mas, com o decorrer dos kms. as coisas iriam alterar-se. De referir que o nível 1 acrescenta 50% à potência imprimida ao pedal, o 2 100% e o 3 150%

Não compliquei muito em termos de altimetria. Embora, aqui e ali, tenha feito questão de apertar com a bicicleta.

A direito, em bom piso e sem vento, apesar dos 22 kgs., consegue-se pedalar na casa dos 23 kms./h, sem esforço e no nível 0, isto é, sem a assistência do motor. Ora, se atendermos ao facto de esta apenas se produzir até aos 25 kms./h,, neste tipo de percursos estende-se muito a autonomia da bateria. Também pedalando no nível 1, em souplesse, ie, mais em rotação que em força, o consumo de bateria reduz-se em virtude do sensor de binário. E isso é notório na previsão de autonomia anunciada que se amplia a olhos vistos.

Confesso que nunca tinha pedalado uma 27,5". Com este diâmetro e um centro de gravidade um pouco mais alto que habitual, a sensação é a mesma que na KTM de 29'', ou seja uma impressão de domínio da máquina que não se tem nas 26'' de antanho. E atenção que, esta Rockrider, por se tratar de um modelo feminino, tem um guiador um pouco mais estreito do que é hoje habitual, mas sem comprometer a sua maneabilidade.


A forqueta SR Suntour de 120 mm. é uma agradável surpresa (admito o preconceito inicial com a marca) já que “come” tudo o que lhe surge por diante com naturalidade e até possui um eficaz bloqueio. A nível da transmissão há um mixed feeling: a coisa não está mal com a cassete 11-36 (9v.) porém fico com a sensação que, quanto mais dentes ela possuir, melhor, para ajudar a poupar a bateria. O conjunto desviador / manípulo Altus é medíocre embora cumpra a sua função. Como devo de ter alguma coisa sobressalente lá por casa (9v.) vou procurar alterar para melhor. Quando houver necessidade de mudança de transmissão penso que seja de equacionar um SRAM Eagle de gama baixa. Pode ser um upgrade muito válido e compensador em termos da autonomia da bateria ao permitir diminuir a necessidade de assistência elétrica.

Os travões mecânicos não são adequados e isto apesar dos rotores de 180 mm em ambas a rodas. Sobretudo em descidas acentuadas para termos um efetivo "stopping power" é necessário aplicar uma força desmedida. Já vem a caminho um "set" hidráulico da Shimano que, embora em gama média-baixa, garantirão outro desempenho.

Por último, mas não por menos, a conversão em tubeless será muito importante, não só para garantir tranquilidade em termos de "pinchamento" como também para baixar um pouco a pressão do pneu traseiro e aumentar o conforto. A medida 2.4 parece-me adequada e um bom compromisso entre aderência e dinâmica. Não aprecio muito pneus muito largos pois, o que ganham em aderência, perdem em dinâmica.

Em suma: boa agradabilidade em TT não muito agressivo.

Quebrei o mito das pedelecs, ou seja, não são bicicletas só para "preguiçosos". No final, desgastamos o mesmo pois ousamos muito mais em termos de altimetria, mesmo que o pretexto para a compra radique na possibilidade de termos a companhia da mulher nos trilhos e onde a diferença de condicionamento é compensada pelo boost elétrico.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

ANO NOVO, A MESMA VIDA...


Nada há como um agradável passeio de BTT para saudarmos o novo ano.

Com um dia de sol perfeito, uma incursão solitária e descontraída ao mítico Pulo do Lobo a partir da Terra Forte de Serpa (e o respetivo regresso) a marcar o Primeiro de Janeiro. 45 descontraídos quilómetros, "malgré" o empenhamento que sempre exige sempre a travessia da ribeira já perto da cascata.

É o "Alentejo Profundo" com uma beleza que não deixa de surpreender.

Relive 'Morning Jan 1st'

sexta-feira, 15 de junho de 2018

E "Fátima 19" em ato contínuo

Foto Paulo Rascão | MadreMedia
Distância Total: 102 kms.
Altimetria Positiva : 1300 m. A+
Ciclistas: Pedro Roque e Jorge Neves

Sem perda de tempo e no dia convencional, i.e. a 13 de junho, dia de Santo António, um "Fátima convencional" desta vez com saída de Vila Nova da Rainha e 102 kms. até ao santuário mariano pelo "Caminho do Tejo".

Dia solarengo sem calor excessivo mas com um irritante vento a soprar intenso de NW a complicar a progressão. Ainda assim todos os ingredientes bem presentes, sobretudo a contagem das subidas que se vão passando, uma após outra, penosas mas vencidas a golpe de pedal como quem marca as estações. Uma de cada vez, a Portela das Padeiras; Vale Flores (onde Francisco Torres assiduamente assiste os peregrinos); o temível cume de Chã de Cima com os seus três moinhos; a ascensão dos Olhos d'Água a Monsanto e daí até à Serra de Santo António, com as pernas já a funcionarem em modo automático já mais interessadas no descanso mas ainda tendo de abordar, após a vertiginosa descida da Costa até Minde, a subida do Covão do Coelho até aos 450 m. do topo junto às eólicas.

A partir daí "já cheira a Fátima"® e, como que por milagre, as energias voltam para a dezena de quilómetros final que é efetuada a ritmo alucinante pois já são muitas horas em cima do selim. A chegada ao santuário fez-se pelas 18:30 e o encanto final fez esquecer toda a penosidade.

Se Deus quiser para o anos haverá mais ou, quiçá, muito em breve.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Fátima 18 - Desta vez o Caminho do Mar

Détente em Torres Vedras, primeiro dia a após os primeiros 50 kms.

Distância Total: 170 kms.
Altimetria Positiva : superior a 3000 m. A+
Ciclistas: Pedro Roque e Jorge Neves

A décima oitava ciclo-peregrinação a Fátima foi uma estreia absoluta. Desta vez resolvemos optar pelo "Caminho do Mar" que liga o Estoril a Fátima. Por uma questão de conveniência o início produziu-se em Sintra, na sua estação ferroviária e a primeira etapa haveria de nos conduzir até às Caldas da Rainha num traçado com 105 kms. de extensão.

Havia todavia duas apreensões no horizonte:
  • A primeira era desde logo muito prosaica e objetiva. Tratava-se da previsão meteorológica que ameaçava endurecer, ainda mais, aquilo que à partida já se avizinhava como muito duro;
  • A segunda era precisamente a conjugação desta dureza previsional, a meteorologia e a forma física que, no presente ano da Graça do Senhor, se encontra num nível abaixo do que o normal.
A meteorologia foi connosco solidária no primeiro dia mas madrasta no segundo complicando e muito a progressão e tornando penoso pedalar ainda que, no final, tudo tenha corrido de acordo com o previsto.

Curiosamente o início deu-se mesmo à chuva. Escassa, ela haveria de dispersar após cinco minutos para apenas voltar, durante um breve assomo, na chegada a Óbidos. Foi menos uma preocupação numa etapa extensa e trabalhosa e que contava com a já conhecida transposição entre Sintra e Mafra. Trata-se de um clássico. Três vales profundos e muito trabalhosos: o Lisandro a partir do Carvalhal até ao Boco; o seguinte, talvez o menos difícil, entre o Boco e a passagem superior da A21 e a Pièce de Résistance - a transposição da Ribeira e a ascensão insana a Mafra por uma rampa de cimento cujo gradiente ignoro mas que é escandaloso para qualquer ciclista, por melhor que seja a sua forma física.

Assim, a chegada a Mafra a revelar-se como abençoada uma vez que, em termos de ascensões marcantes, o dia estava ganho. Por isso a pausa para reforço alimentar encontrou plena satisfação.

Seguiu-se a saída de Mafra em direção a Torres Vedras sempre bem juntos à Tapada: Paz, Murgeira, Codeçal e daí em direção à Portela do Gradil. Depois um terreno dobrado, mas onde se rolava a velocidade satisfatória, o Livramento e o Turcifal e, num ápice em terreno vinícola, via Catefica, estávamos em Torres Vedras e a meio do percurso.

Após nova pausa retomamos em direção ao Bombarral por um traçado onde se rolava a boa velocidade, alternando o asfalto e a terra nos estradões pelo meio de eucaliptais e pinhais. Pouco antes do Bombarral o barro faz uma primeira aparição mas sem comprometer na zona do Outeiro da Cabeça. Depois do Bombarral os terrenos de pomar complicaram um pouco em função da chuva da madrugada e a progressão viu-se um pouco afetada embora sem nada de muito complicado pelo que chegamos a Óbidos sem delongas e daí até ao descanso nas Caldas da Rainha.

No dia seguinte haveria que ligar as Caldas a Fátima em mais de 70 kms. de traçado que tinham como maior dificuldade a transposição pelo miolo do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. Para além do piso difícil e da altimetria haveria que juntar a anunciada chuva. Porém à saída, ela manteve-se afastada evitando, desse modo, complicar a progressão em terrenos com tendência para se deteriorarem facilmente. Pouco antes da chegada a Alcobaça a pluviosidade instalou-se para não mais abandonar até final.

O percurso, neste segundo dia, assemelhava-se a um "L" invertido: pedalava-se para norte em zona baixa e alagadiça entre as Caldas e o Valado dos Frades para, logo após, se rodar para nascente em terrenos cársicos.

O primeiro golpe de teatro foi a insana subida para Alcobaça na zona das Termas da Piedade. Tratou-se de um gradiente elevado, percorrido no limite dos pulmões e inglório - toda a ascensão se perdeu num ápice já que Alcobaça estava praticamente à mesma cota das Termas. A pausa em Alcobaça permitiu retemperar as forças para o que se seguiria - via Aljubarrota e Porto de Mós - o ataque ao PNSAC sempre debaixo de uma chuva persistente e por uma paisagem magnífica. Um conjunto de rampas a justificar a altimetria deste segundo dia, praticamente toda concentrada na segunda metade da travessia.

Passagem por lugares míticos daquele paraíso cársico que, há muito, não visitava: Alcaria, Barrenta e a espetacular Pia do Urso sempre debaixo de chuva para, finalmente, se cruzar a A1 e se entrar em Fátima.

Este "Caminho do Mar" é mais extenso e bem mais duro que o tradicional "Caminho do Tejo" e os dois dias justificam-se plenamente. Paisagisticamente é também mais interessante.



segunda-feira, 3 de julho de 2017

Fátima "17" - A singularidade


A constância das incursões permite que eu possa alinhar as minha peregrinações de bicicleta a Fátima com os anos do século. Assim a 2017 correspondeu a consequente 17ª ida ao santuário.

Apesar disso nunca se poderá falar em rotina já que as coisas se operaram sempre de modo distinto. Assim a conjugação do traçado (e de pequenas variantes), condições climatéricas, companhia, ponto de partida ou duração sempre se associaram para que, cada uma destas peregrinações, fosse diferente.

As fórmulas foram diversas e houve de tudo, chuva, calor intenso, vento favorável, vento desfavorável e  acompanhantes que lograram chegar ao fim e outros que ficaram pelo caminho.

A originalidade da versão de 2017 foi a de ter sido "a solo". Nunca antes o havia tentado e ontem, o simples facto de não ter companhia, não me inibiu de tentar e cumprir mais uma peregrinação. A rotina foi idêntica: sair cedo para aproveitar a luz solar, pedalar muito, dobrar quilómetros e terras. Outra singularidade (cada vez menos) é a da quantidade de peregrinos pedestres a caminho de Fátima e de Santiago de Compostela, contei vinte. Está a ficar "de moda" e ainda bem.

Voltei a usar o troço do Trancão uma vez que tinha escutado que já por aí se circulava em condições. De facto assim é. O troço foi reparado e alargado e apenas se lamenta o facto de não ter sido consolidado com uma camada de "tout venant" que permitiria que se mantivesse capaz por mais tempo. Ainda assim com o piso seco circula-se muito bem e rápido por ali.

A solo o importante é manter-se um ritmo adequado com o rendimento e estribado na zona sustentável do esforço, isto é, nem  a mais, nem a menos. A meteorologia, no entanto e tal como se previa, condicionou a incursão: tal como em anos anteriores muito calor, sobretudo após Santarém em zona montanhosa. A juntar a tudo isto um vento constante de NE a soprar com intensidade e a exigir um maior esforço para menor rendimento na zona do Tejo. Ainda assim a primeira paragem efetuou-se apenas na Valada, 75 kms. após a saída, embora com duas barras energéticas a serem ingeridas em movimento. para tentar manter as energias nos níveis adequados.

Antes disso uma nova opção de caminho (seguindo uma proposta alternativa) que foi a de ligar a zona da central do Carregado a Azambuja utilizando o caminho a nascente da ferrovia. Trata-se de um estradão rápido junto aos arrozais. O problema, para além de alguns portões que se transpõem facilmente, é a zona de passagem pelos rios paralelos (Ota e Alenquer) e que inviabilizam esta opção. Não há ponte exceto a do caminho de ferro e que conta com a vedação derrubada mas com um grau de perigo potencial extremo já que os comboios circulam aí a velocidades muito elevadas. A solução adequada será a de tomar esse caminho mais adiante na estação de Vila Nova da Rainha e daí até Azambuja evitando a inóspita berma da N3.

A vantagem da 17.ª vez é a de já se conhecerem todas as subidas do percurso, a sua localização e a sua duração. Ainda assim o calor após Santarém, mais do que o vento que apenas condicionou até esta cidade, não deu tréguas. O primeiro teste é o da ascensão a Vale Figueira a temperatura e o brilho extremos foram uma dura prova que ainda fiz com relativa tranquilidade. A segunda é o do cabeço dos moinhos após as Milhariças que em função da inclinação e do mau piso era resolvida habitualmente apeada na sua zona mais crítica. Ontem com um piso renovado continuou a ser feita de modo apeado pois o cansaço já se fazia sentir e havia que poupar energias. Terceiro teste a forte subida após os Olhos de Água resolvida com uma breve paragem a meio para retomar o pulso e, após Monsanto, a ascensão até à Serra de Santo António efetuada com elevada penosidade e a muito custo.

Foi tempo de descansar e de descer fortemente até Minde. Aí a pressão da última subida levou-me a uma breve sesta de 15 minutos que foi providencial para ajudar a vencer o derradeiro declive e descer os quilómetros finais até Fátima com a já habitual contagem de 152 kms.

Abordar uma incursão destas a solo tem vantagens e desvantagens. Permite-nos uma melhor gestão do esforço mas, paradoxalmente, torna-a mais entediante e contribui para o impulso de desistência por acrescentar maior dificuldade mental. Esta 17ª, tendo em consideração o estado de forma, deveria ter sido uma daquelas onde o comboio até Azambuja teria sido a opção racional. Todavia, apesar de uma penosidade muito elevada (das mais elevadas de todas) nunca a desistência foi levada em linha de conta. Uma parte importante do esforço físico tem uma componente psicológica e essa dimensão é determinante para a vida.



quarta-feira, 3 de maio de 2017

Pela Via Verde de la Subbetica (del Aceite)

Castelo de Zuheros

A Via Verde de la Subbética é agora parte da grande Via Verde del Aceite que percorre 128 kms. entre as províncias de Jaén e Córdova por um traçado bem mediterrânico onde a maior mancha de olival do mundo não cessa de nos acompanhar seguindo o traçado do antigo Tren del Aceite e naquela que se tornou na maior Via Verde da Andaluzia.

Foi este o desafio proposto a mim próprio percorrendo um troço da mesma designadamente entre os kms. 100 e 65 e retorno (Lucena - Luque - Lucena) pelas serras Subbeticas e o seu Parque Natural.

Do percurso efetuado merecem um destaque os povoados de Luque, Zuheros, Doña Mencía, Cabra e Lucena todos com os seus castelos e os magníficos e impressivos viadutos metálicos que se constituem como pontos obrigatórios de paragem e contemplação.

Nota para o excelente aproveitamento turístico das antigas estações ferroviárias onde se podem encontrar desde postos de descanso a restaurantes e até um museu temático do Tren del Aceite  na estação de Cabra.

Tal era a afluência de pessoas que se encontravam cheios. Como Deus escreve sempre por linhas tortas tal facto obrigou-me a vencer a insana ascensão a Zuheros e entrar num paraíso perdido naquele que é um dos "57 pueblos mas bonitos de España". A beleza e o ambiente no local a fazerem esquecer, como que por milagre, a dolorosa ascensão.


Entre Mirandela e Valpaços

A igreja gótica de Lilela.

O planeado (e executado) era uma ligação entre Mirandela e Valpaços (incluindo o respetivo regresso) em BTT. Quando disso informei um conhecido transmontano imediatamente me disse que isso seria "rolar no planalto". Confesso que desconfiei. O tracklog que dispunha, baseado num obtido em website de referência na Internet, apontava para uma altimetria vigorosa. De tal modo que tive que escolher criteriosamente a rota de ida e a de regresso que eram comuns mas divergiam no seu miolo.

No terreno, embora não me tivesse deparado com serranias assinaláveis, a sucessão de vales e montes foi impelindo a contagem ascensional, de tal modo que, no final, para uma distância de 55 kms. de extensão se registassem uns impressivos 1.400 m. de A+.

O percurso foi muito interessante para mais num dia talhado para pedalar: temperatura amena, sol encoberto por nuvens altas e permitindo manter a luminosidade sem o castigo dos raios solares e ausência de vento. A juntar a tudo isto o lilás da alfazema e o amarelo da floração dos giestais, alternando com os campos de cultivo de vinha ou amêndoa, completaram a matiz sensorial perfeita

Em Valpaços a merenda ao jeito de almoço ciclístico pelas 12.00: uma sopa de antologia e uma bifana imaculada a reporem energias sem fazerem pesar o regresso. De resto uma sucessão de aldeias bucólicas e de igrejas de antanho mas bem conservadas. A tranquilidade dava pelos nomes de Eivados, Lilela, Póvoa de Lila ou Rio Torto.

Intensa satisfação no final sem um desgaste intenso. Fortemente aconselhável.


segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

The Eagle has Landed





Já está no mercado há algum tempo.

Aparentemente é o ovo de Colombo que resolve o problema do sistema 1X tradicional não ser suficientemente versátil para permitir facilitar a subida e descer mais rápido comparativamente com os 2X e 3X.

O senão é o sistema ser todo integrado e ter um preço proibitivo para o comum dos mortais.

Quando a "coisa" se democratizar, isto é, quando invadir gamas mais baixas e reduzir o preço então aí poderemos decretar a morte do desviador dianteiro. Até lá mantenham-se satisfeitos com o material que possuem.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Alpajares e o Penedo Durão - O Douro no seu Esplendor

Foto by Carlos Gonçalves (**)
Prometia à partida ser uma daquelas incursões épicas.  Cumpriu, sem dúvida.

Mais de 80 kms. (e quase 2.000 m. de desnível +) pela zona do Douro (onde passa de nacional a internacional) com o início em Figueira de Castelo Rodrigo, descida a Barca d'Alva (com passagem por Escalhão),  a transposição do Douro e a subida da mítica Calçada de Alpajares, (tantas vezes falada, escutada e lida mas nunca por mim antes  percorrida).

Depois o acesso a Poiares e daí até ao ponto maior da incursão: o incrível Penedo Durão miradouro onde a visão do Douro internacional e dos inúmeros grifos e abutres que sobrevoam abaixo.

O meu amigo Carlos Penha Gonçalves tinha prometido diversão e dureza e, de facto, não faltou nem uma coisa nem outra. A grande dúvida seria a de saber se o mau tempo que se anunciava não se anteciparia tornando impossível a incursão. Mas não. Até a meteorologia esteve de feição.

Partimos sete pelas 09:00 e chegámos cinco ainda antes das 17:00 mas já ao lusco fusco. A primeira parte foi praticamente sempre descendente, principalmente após Escalhão e com dois aspetos a reter:
  • o primeiro, algo funesto, já que mesmo à minha frente em plena e rápida descida o Carlos prendeu a sua roda dianteira num rego do traçado e sofreu um aparatoso OTB (over the bar). Apesar da velocidade e do capacete rachado (!) felizmente nada de grave a assinalar e pode prosseguir.
  • o segundo de caráter diferente foi uma primeira visão do alto para o fundo do vale do Águeda, no ponto em que se prepara para subsidiar o Douro a montante de Barca d'Alva no Miradouro da Sapinha.
Chegados a Barca d'Alva um primeiro momento de pausa técnica. A parte mais fácil da incursão estava completada. Cruzado o Douro a visão dos barcos de cruzeiro que aqui terminam a sua viagem subindo o rio. São enormes tendo em conta que são fluviais. Também se observa aqui o início da famosa linha ferroviária internacional desativada que prosseguia até Fregeneda e daí a Salamanca.

Foi tempo de prosseguir agora pela N221 para nascente junto à margem direita do Douro tendo Castilla y Leon à vista na outra margem. Na ribeira do Mosteiro foi tempo de virar a norte subindo o seu curso e penetrando na mítica calçada de Alpajares (também conhecida pela calçada do Diabo) outrora parte da via romana. Impossível de subir montado devido à irregularidade do piso. Este foi o pretexto adequado para apreciar a raridade e imponência geológica do local. O xisto no seu esplendor, algo de único e esmagador que se haveria de repetir na descida mais tarde pela Calçada de Santana (*).

A chegada a Poiares a ser recebida com algum alívio após a subida e daí seguimos sem demora para o Penedo Durão e aí permanecermos durante algum tempo perante a visão esmagadora. Logo seguimos para um outro ponto de observação a poente. Daí regressamos a Poiares e descemos a Calçada de Santana que é uma réplica de Alpajares. Aqui o tempo foi de concentração pois a descida era fortemente técnica.

De novo em Barca d'Alva faltavam os 22 kms. de subida final que, devido ao adiantado da hora, foi efetuada pela N221.

Em toda a incursão algo de comum: as paisagens arrebatadoras e únicas onde o xisto impera e a proeminência topográfica impressiona e cobra caro na hora de subir ou descer. Os desníveis são imensos e exigem uma boa forma. Mas no final a satisfação é plena. O BTT faz-nos sentir privilegiados.

(*) - Sobre esta calçada (também conhecida pela calçada dos mosteiros) veja-se este arrebatador clip do Vítor Gamito na Transportugal de 2012

(**) - Mais Fotos aqui

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

RELAXANDO NAS CICLOVIAS DE MIRA


Este é o tipo de passeio tranquilo e relaxante que o BTT também pode proporcionar.

As ciclovias foram construídas pela Câmara Municipal de Mira e está implantada numa zona de lagoas, ribeiros e floresta que cruzam a zona das dunas e pinhais de Mira e contam com um característico conjunto de pontes de madeira e de observatórios de aves que lhe reforçam o seu caráter bucólico.

No ano de 2000, o município de Mira inaugurou os primeiros 10 kms. que rapidamente se transformaram nos quase 25 completamente pavimentados com que conta atualmente. Tem um formato de uma estrela com três pontas.

De facto, a partir de um ponto comum de interseção junto ao desvio para a praia de Mira temos uma primeira ciclovia (Gandaresa) que segue para norte através de um túnel que cruza a estrada e segue para norte até ao caís do Areão no limite do concelho. Para poente temos a que contorna a barrinha da Praia de Mira (lagoas) e, finalmente, para nascente temos a que segue em direção a Mira (moinhos).

Tudo percorrido temos um percurso de cerca de 48 kms. de elevadíssima agradabilidade a justificar a deslocação. O pormenor curioso é a altimetria pouco ultrapassa os 50 metros positivos o que o tornam o percurso ideal para uma recuperação ativa ou um tranquilo passeio familiar.

Foi essa precisamente a minha aposta no fim de semana que passou. 

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Festival Bike de Santarém


É a grande feira da bicicleta em Portugal. Todos os anos lá me desloco com agrado mas tendo em conta aquele o saudável princípio de evitar as multidões. Por isso procuro lá ir, sempre que possível, na sexta-feira.

Mas a tradição também dita que o carro permaneça em Santarém e que eu regresse de comboio. O motivo é claro: criar o pretexto para, no dia seguinte, ter de o resgatar, no dia seguinte, indo de bicicleta até Santarém. 

Normalmente o "caminho do Tejo" é o escolhido. Tratam-se dos habituais 100 kms. de BTT palmilhados tantas e tantas vezes. Desta vez, porém, optei por algo diferente. A partir de Vila Nova da Rainha fletir para o interior circulando junto à BA da Ota, seguindo daí, pelos eucaliptais até Alcoentre, Manique do Intendente (na foto), Arrifana, Assentiz, Marmeleira e Santarém.

No final mais 17 kms. aos 100 habituais e, isso sim, muito significativo, uma altimetria de 1250 metros num traçado que, até V.N. Rainha (ou seja 50% do traçado) é plano. Outro factor importante foi a questão dos terrenos estarem muito difíceis em virtude do que choveu tornando a deslocação em algo muito exigente.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

O ESPLENDOR DO MONTADO ALENTEJANO


Aproveitando o zénite estival foi tempo de rumar ao Alto Alentejo onde se percorreu um circuito já clássico e onde o montado é rei.

110 kms. ligando Montemor o Novo, Arraiolos, Évora e de novo a Montemor com um clima ameno e agradável e onde a quietude é o mote. A companhia do Jorge Neves e do Cláudio Nogueira acrescentaram ainda mais valor a uma jornada onde confirmámos que o BTT e qualidade de vida andam de mãos dadas.

Um destaque negativo para o corte do caminho de ligação entre Évora e Valverde que passava junto à Anta Grande do Zambujeiro a obrigar a alguma improvisação para chegar a Guadalupe e ao magnífico Cromeleque dos Almendres. O Grand Finale a ser efetuado pela magnífica Ecopista do Montado ate Montemor.

domingo, 18 de setembro de 2016

Peña de Francia conquistada


Photos by Carlos Gonçalves & Rui Sousa

Assim vale a pena o ciclismo de estrada.

É verdade que eu sou daqueles que acha o BTT superior à "estrada". Não pelo ato de pedalar onde a roda fina é imbatível mas na versatilidade do todo-terreno e o facto de permitir chegar a locais únicos conferem-lhe aquela sensação de exclusividade que me encanta.

Acresce a isto o facto de muitas estradas quer pelo seu desenho, quer pela sua densidade automóvel, serem locais potencialmente perigosos para um frágil ciclista. Na zona de Lisboa esta é a regra e eu raramente me atrevo.

Porém fazer um circuito pela Sierra de Francia (CyL), com estradas desertas e um cenário natural único para mais com um dia luminoso e talhado para o ciclismo é uma atividade muito gratificante mesmo perante os duríssimos 2700 metros de altimetria para 100 km de extensão. Uma palavra para os raríssimos condutores espanhóis que nos ultrapassaram: verdadeiramente impecáveis na distância lateral de segurança.

Melhor mesmo só a companhia que foi fantástica. Raras vezes tudo se conjuga desta forma para concorrer para uma elevada (literalmente) satisfação. O Rui Sousa lançou o mote e mais sete criaturas responderam. Tudo se poderá resumir numa palavra: inesquecível.



Cruzando a Serra Algarvia pela N2



"A Estrada Nacional nº 2 atravessa Portugal de Norte a Sul e é a estrada de maior extensão do país, tendo o seu início em Chaves (Km 0) e terminando ao Km 738,5 em Faro (originalmente teria um total de 739,260 Km, terminando na baixa da cidade), passando por onze distritos (Vila Real, Viseu, Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Santarém, Portalegre, Évora, Setúbal, Beja e Faro), sete províncias (Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Alta, Beira Litoral, Beira Baixa, Ribatejo, Alentejo e Algarve), 4 serras, 11 rios e 29 concelhos." (in W.)

Não consegui efetuar a totalidade do traçado tal como os meus colegas Carlos Silva e Abel Batista (entre muitos outros que se lhe juntaram). Tive pena até porque fui também um dos mentores do projeto

Ainda assim fiz simbolicamente a última etapa (145 kms. entre Ferreira do Alentejo e Faro). De resto e para mim o lado mítico da N2 é mesmo a travessia da serra do Caldeirão que sempre sonhei cruzar de bicicleta e esse foi realizado mesmo que o mercúrio entre Almodôvar e o Ameixial tenha alcançado uns sufocantes 46º C.

No final 144 kms. e 1980 m. de altimetria feitos com desenvoltura. De referir que a N2 não é a estrada mais agradável de pedalar em virtude do seu desenho: uma faixa, duas vias (uma em cada sentido) e sem berma.

terça-feira, 26 de julho de 2016

FÁTIMA "16" - DE NOVO EM VERSÃO TROPICAL


Agora que os anos estão alinhados com as viagens tive ontem a décima sexta. 160 kms. entre Lisboa e o santuário.

À semelhança de 2011 debaixo de um calor tórrido. O Zé Azurara acusou esse facto e ainda a circunstância de ser a primeira vez que fazia a travessia e ficou-se em Arneiro das Milhariças sendo resgatado umas horas mais tarde de carro.

Alguns destaques:

. O traçado está otimizado na medida do possível. A introdução da passagem no passeio ribeirinho da Póvoa de Santa Iria e do de Alhandra, a passagem de Vila Franca à central térmica do Carregado a poente da linha férrea, a transposição das Ómnias à saída de Santarém (evitando subir ao centro) e a passagem por Amiais de Baixo (evitando os Olhos d´Água) ou a subida quase direta para a Serra de Santo António após Monsanto são forma de tornar o percurso mais fluído facilitando uma travessia que é muito exigente.

. O calor foi sufocante. A subida a Vale Flores, que anuncia a primeira grande dificuldade, é bem a prova disso e o grande teste à nossa forma física. Superei-a positivamente mas o esforço é brutal e só possível de vencer com enorme empenho.

. Ainda assim, à medida que os quilómetros avançam as dificuldades avolumam-se: a subida de Monsanto até Serra Sto. António ou a derradeira de Minde às eólicas do Covão do Coelho exigem tudo em termos de força. por isso os quilómetros derradeiros antes de Fátima fazem-se com a satisfação do dever cumprido.

Para o ano, se Deus quiser, haverá mais.
 

segunda-feira, 16 de maio de 2016

A LINHA DO CORGO EM BTT (parte 1 - de peso da Régua a Vila Pouca de Aguiar)


Ainda que apenas parcialmente condicionada como Ecopista a antiga linha do Corgo, ferrovia de bitola métrica que unia Régua a Chaves, tem condições para se tornar numa das mais interessantes de todo o país.  O troço entre Vila Real e Chaves foi encerrado em 1990, enquanto que a ligação entre a Régua e Vila Real foi desativada para obras em 25 de Março de 2009, sendo totalmente encerrada pela Rede Ferroviária Nacional em Julho de 2010.

É de referir o trabalho levado a cabo pelo município de Vila Pouca de Aguiar que é o único que se pode gabar de ter o traçado pavimentado e em condições de perfeita circulação a pé e de bicicleta.

Ainda assim é perfeitamente possível percorrer, de modo quase integral, os quase 100 kms. entre as localidades acima referidas.

Devo referir que, embora não preparado para ser percorrido suavemente, o troço entre a Régua e Vila Real é, provavelmente, o mais interessante ou não estivéssemos a percorrer o Douro vinhateiro. Todavia nos primeiros 3 kms. há que buscar uma alternativa rodoviária uma vez que a transposição do rio Corgo, a partir da Régua, se efetua por uma ponte ferroviária ainda em uso pela linha do Douro. No apeadeiro de Tanha a segunda dificuldade todavia facilmente superável para quem não sofra de vertigens. Trata-se da estrutura da ponte sem o respetivo tabuleiro o que implica uma travessia a pé, com a bicicleta ao ombro e com um ribeiro a correr bem rápido uns 30 metros abaixo. O passadiço dispõe, no entanto, de uma largura suficiente e nunca temos a sensação de correr perigo.

Depois é o delírio dos sentidos com o vale do Corgo e as vinhas até se chegar à estação de Vila Real 22 kms. volvidos não sem antes transpor inferiormente a imponente ponte da A4.

Seguem-se três quilómetros onde a infraestrutura é inexistente até Abambres, no limite de Vila Real onde a mesma recomeça. Este será o troço que nos conduz ás alturas da serra seguindo o curso do Corgo, cruzando a ponte do rio pequeno e transpondo o IP4 segue-se para N. e depois fletindo a E. passamos a A24 para a direita e novamente para a esquerda seguindo a poente com ela paralela agora pela serra e entrando, após o apeadeiro de Samardã, no concelho de Vila Pouca de Aguiar onde encontramos a via pavimentada.

É tempo de seguir pelo vale e de cruzar diversas povoações com os respetivos apeadeiros: Tourencinho, Gralheira, Zimão e Parada de Corgo. O landmark aqui é sem dúvida o duplo e imponente viaduto duplo da A24 que transpomos inferiormente e que cruza o profundo vale.