segunda-feira, 16 de maio de 2016

A LINHA DO CORGO EM BTT (parte 1 - de peso da Régua a Vila Pouca de Aguiar)


Ainda que apenas parcialmente condicionada como Ecopista a antiga linha do Corgo, ferrovia de bitola métrica que unia Régua a Chaves, tem condições para se tornar numa das mais interessantes de todo o país.  O troço entre Vila Real e Chaves foi encerrado em 1990, enquanto que a ligação entre a Régua e Vila Real foi desativada para obras em 25 de Março de 2009, sendo totalmente encerrada pela Rede Ferroviária Nacional em Julho de 2010.

É de referir o trabalho levado a cabo pelo município de Vila Pouca de Aguiar que é o único que se pode gabar de ter o traçado pavimentado e em condições de perfeita circulação a pé e de bicicleta.

Ainda assim é perfeitamente possível percorrer, de modo quase integral, os quase 100 kms. entre as localidades acima referidas.

Devo referir que, embora não preparado para ser percorrido suavemente, o troço entre a Régua e Vila Real é, provavelmente, o mais interessante ou não estivéssemos a percorrer o Douro vinhateiro. Todavia nos primeiros 3 kms. há que buscar uma alternativa rodoviária uma vez que a transposição do rio Corgo, a partir da Régua, se efetua por uma ponte ferroviária ainda em uso pela linha do Douro. No apeadeiro de Tanha a segunda dificuldade todavia facilmente superável para quem não sofra de vertigens. Trata-se da estrutura da ponte sem o respetivo tabuleiro o que implica uma travessia a pé, com a bicicleta ao ombro e com um ribeiro a correr bem rápido uns 30 metros abaixo. O passadiço dispõe, no entanto, de uma largura suficiente e nunca temos a sensação de correr perigo.

Depois é o delírio dos sentidos com o vale do Corgo e as vinhas até se chegar à estação de Vila Real 22 kms. volvidos não sem antes transpor inferiormente a imponente ponte da A4.

Seguem-se três quilómetros onde a infraestrutura é inexistente até Abambres, no limite de Vila Real onde a mesma recomeça. Este será o troço que nos conduz ás alturas da serra seguindo o curso do Corgo, cruzando a ponte do rio pequeno e transpondo o IP4 segue-se para N. e depois fletindo a E. passamos a A24 para a direita e novamente para a esquerda seguindo a poente com ela paralela agora pela serra e entrando, após o apeadeiro de Samardã, no concelho de Vila Pouca de Aguiar onde encontramos a via pavimentada.

É tempo de seguir pelo vale e de cruzar diversas povoações com os respetivos apeadeiros: Tourencinho, Gralheira, Zimão e Parada de Corgo. O landmark aqui é sem dúvida o duplo e imponente viaduto duplo da A24 que transpomos inferiormente e que cruza o profundo vale.

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