segunda-feira, 20 de junho de 2005

Reconhecimento Completo da Segunda Linha de Torres

Ontem eu e o JC completámos o reconhecimento da segunda parte desta
"segunda linha" correspondente ao concelho de Mafra.

Efectivamente, após dois prévios reconhecimentos, na terceira
idealizámos uma volta "ideal" com 85 quilómetros de extensão, 2200
metros de desnível acumulado positivo e 3700 KCal. dispendidas.

Diga-se, em abono da verdade, que a experiência dos dois
reconhecimentos prévios serviu para se elaborar um traçado mais
homogéneo e os desníveis poderem ser amenizados (na medida do
possivel, bem entendido).

Assim e à excepção da parte final (km. 60 em diante) o desgaste não
foi muito intenso até porque contámos sempre com uma brisa refrescante.

Daí em diante tudo se complicou, seja em virtude dos desníveis a
vencer, seja em função da brisa se dissipar. Ainda assim tudo correu
bem e sem grande desgaste.

O início foi na Venda do Pinheiro (permitiu poupar alguns
quilómetros), reconhecemos o Forte da Quinta do Estrangeiro, para
rolarmos em direcção à saloia Malveira onde visitámos o Forte da Feira
e o de Santa Maria (o ponto mais alto da incursão), seguiu-se o de
Casal da Serra, sobre o Vale da Guarda, com uma estupenda panorâmica
deste.

Voltámos para SW onde percorremos junto ao muro da Tapada até ao de
Abrunheira e daí para Sul, Alcainça, Arrifana, Igreja Nova, Ventureira
e a famosa descida até Ribeira de Muchalforro (ou devo dizer Maciel
Forro?), e a demolidora subida até Mafra.

Tempo de repor energia no snack bar e saída para poente com visita ao
Forte da Zambujeira já sem carrinha branca abandonada e GNR, como se
tudo tivesse sido apenas um conto policial.

Descida de cortar a respiração até à Senhora do Ó, subida à Serra do
Coxo, Lapa da Serra, Casa Nova, Pinhal do Frades, atravessamento da EN
116 (Mafra - Ericeira), Calçadinha Preta, cruzamento do ribeiro do
Cuco numa zona de grande exigência técnica, Paço de Ilhas, chegámos
então ao Forte do Picoto que fica perto do Parque Eólico do Marvão.

A partir deste ponto é rolar sempre por uma estrada sem movimento e à
mesma cota para se visitarem outros fortes sobranceiros ao Vale do
Safarujo (alguns existente e identificáveis e outros nem por isso):
Portela de Marvão e Moxarro.

Interessante notar que os nomes de algumas quintas e arruamentos ainda
reflectem os seus nomes: rua dos Fortes, estrada da portela, Quinta do
Forte ou Quinta do Forte do Picoto.

Chegádos ao entroncamento com a EN 9, que vem de Encarnação e à falta
de alternativa seguimos por esta, forte do Areeiro, aguada em
Barreiralva ao ritmo das copas jogada na mesa do lado.

Seguiram-se, já fora da estrada, pelo meio do eucaliptal queimado há
dois verões, os fortes de Murgeira (Patarata, Meio e Curral do Linho).

Após uma vertiginosa e tecnicamente exigente descida (devido à erosão)
junto ao muro da Tapada, chegamos ao Codeçal e, sem perder tempo,
subimos para Chança. Sempre por asfalto esta subida é dura e impiedosa
o troço final troca o tapete betuminoso por uma areia de pinhal
massacrante.

Lá atingimos o topo e a subida é substituida por uma descida técnica
junto ao muro de uma propriedade (no seu interior o forte da Boa
Viagem e dos Rafaeis) e, no seu final, o do Picoto, de tal modo
altaneiro que para lá chegar tem de se escalar autenticamente.

Descida rápida até ao Gradil e daí pela "Pedra que Luz" nova subida
demolidora até ao Forte de Cherra, por cima do Centro de Recuperação
do Lobo Ibérico sobranceiro à Tapada.

Daí foi descer até ao Vale da Guarda, cruzar a EN 8, e rolar (a subir,
bem enetendido) até ao Jerumelo. Aí custou bastante mas já tinhamos o
final à vista pelo que foi rolar até à entrada da Malveira e subir ao
Forte do Matoutinho (que se encontra dentro de propriedade privada: a
quinta do forte do Matoutinho) e descer sempre (finalmente) até Venda
do Pinheiro.

Tive algum receio de alinhar já que, no dia anterior, tinha efectuado
um "treking" entre o Palácio de Sintra e o Convento de Mafra (25 kms.)
o que, convenhamos, é uma distância considerável, mormente com a
travessia dos vales do Lisandro e Muchalforro).

O peso das botas deixou alguns músculos doridos mas que em nada
interferiram com o desempenho de bicicleta. De facto é notável:
trata-se de dois tipos de solicitação muscular distintos porventura
óptimos complementos um do outro.

Pedro Roque

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