"Never was so much owed by so many to so few" (Sir Winston Churchill)
No Domingo passado, com o Jorge Cláudio, procedemos à afinação do percurso final do troço III da 1ª Linha de Torres Vedras.
É a parte final entre a simpática cidade que dá o nome às Linhas e o Atlântico na foz do rio Sizandro.
Este é um percurso algo diferente do que estamos habituados nos restantes troços. Se estes eram essencialmente montanhosos este atravessa, em boa parte da sua extensão, terrenos de paul, baixos e alagadiços no vale do Sizandro.
O começo dá-se junto ao tribunal de Torres Vedras para, de seguida se rumar ao Castelo onde estava instalada um dos redutos não sem antes passarmos pelo largo da actual praça 25 de Abril onde se encontra, no meio de um pequeno jardim, um monumento às "Linhas de Torres Vedras".
Trata-se de um obelisco em mármore com uma homenagem ao Exército Luso-Britânico que se bateu nas guerras penínsulares e fez frente de modo invicto ao invasor napoleónico. Na base e, em cada uma dos seus quatro lados ostenta uma inscrição das três batalhas gloriosas em território nacional: Roliça, Vimeiro e Buçaco para além da inscrição "Linhas de Torres".
De destacar também um outro tipo de monumento, este menos perene mas que simboliza aquilo em que Torres Vedras também é conhecida: o Carnaval. Trata-se de uma estátua gigante colorida e alegórica do Entrudo e recheado de sinais políticos. Magnífico.
Foi tempo de rumar aos fortes que ficam a caminho de Mata Cães e que defendiam a margem direita do Sizandro antes de Torres. Depois foi descobrir a passagem deste rio por debaixo do viaduto ferroviário metálico que facilita a transposição urbana reduzindo ao mínimo a exposição rodoviária.
É tempo de se descer para o Paúl via forte 123 e de se traspor a En 9 e o Sizandro para a sua margem esquerda de onde não mais sairemos (excepto espisodicamente mais adiante).
Toda esta zona até ao mar é plana e alagadiça pelo que esta incursão é fortemente desaconselhada em períodos de pluviosidade. De resto, para quem estava habituado às montanhas esta planura é algo monótona e a paisagem também não ajuda muito.
Há uma zona, quase a chegar à praia, onde se tem de cruzar a vala hidráulica (não há alternativa) pelo que também aqui convirá que ela esteja com pouca água.
O troço de regresso segue mais ou menos paralelo, porém mais a sul e à planura sucede-se um agradável sobe e desce que alteram por completo o prazer da incursão até porque a passagem pelas vinhas proporciona alguns momentos paisagísticos de rara beleza.
O final entre a Ventosa, Varatojo e Torres Vedras é memorável com a transposição, a vau, de uma ribeira e a subida demolidora ao Castro do Zambujal e a descida vertiginosa até Torres Vedras.
No final, uma distância semelhante às restantes (superior a 60 kms.) mas uma altimetria pela metade a converterem este no troço menos duro das Linhas de Torres.
Pedro Roque
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