Paris-Pequim em bicicleta
in Record
“Doze países”, conta Henrique Nunes, de 27 anos, que os enumera por ordem de passagem durante os mais de 100 dias do caminho: Alemanha, Áustria, Hungria, Sérvia, Roménia, Moldávia, Ucrânia, Rússia, Cazaquistão, Quirguistão e China – atravessados em duas rodas numa viagem organizada pela Federação Francesa de Cicloturismo.
Quase uma viagem de fim de curso para o luso-descendente, esta foi, sem dúvida, a melhor forma que Henrique teve para fazer um estágio depois de 6 anos a estudar Osteopatia em Paris, onde reside.
Entrada
Com partida a 16 de Março, os ciclistas chegaram à fronteira da China a 16 de Junho e a Pequim no dia 3 de Agosto. O grupo, com 80 franceses e 22 estrangeiros, encantou ao longo dos países que atravessou e Henrique diz que em vários sítios houve gente a pegar nas bicicletas para pedalar junto do pelotão de amadores das duas rodas. “Na Sérvia, tivemos várias crianças e na China um grupo de chineses tentou vir até Pequim connosco”, conta. Mas as regras chinesas mesmo em período olímpico, levaram a que os chineses precisassem de um dia de avanço, uma vez que a polícia alegou questões de segurança para dividir o grupo.
“O mais jovem tinha 19 anos e o mais velho 76”, revela Henrique Nunes, acrescentando que “a média das idades dava 59”. Mas, se os mais jovens eram apenas 4, para todos foi inesquecível e as milhares de fotos ficam como recordação.
beleza. “Entrámos na região de Pequim pela Grande Muralha”, explicou o jovem nascido em França mas com família em Leiria. Como osteopata, junto com outro francês, não salientou problemas de maior durante a viagem preparada há quase dois anos. “Viajei grande parte do tempo nos carros de apoio”, explica o luso-descendente que só na China optou por pedalar mais.
A entrada na República Popular fica para recordar. “Ficámos retidos 4 dias na fronteira com o Cazaquistão porque não podem circular carros estrangeiros na China”, explicou. Depois de muitas negociações, os camiões e carros puderam passar mas os camionistas proibidos de conduzir na primeira cidade fronteiriça por terem mais de 60 anos. “Fui eu e o meu colega que tivemos de aprender a conduzir camiões, mas em França não temos carta de pesados” conta espantado o jovem.
E confessa: “Foram 20 minutos numa noite para saber como guiar um camião e só assim pudemos continuar a viagem.” A primeira que fez fora de França e Portugal e que deu meia volta ao Mundo até “Pequim 2008”.
Autor: MARIA JOÃO BELCHIOR, em Pequim
Data: Domingo, 24 Agosto de 2008 - 02:43
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