Completou-se o reconhecimento da IV Edição do Raide BTT Setúbal – Odemira – Algarve da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta que terá lugar nos próximos dias 18 e 19 de Abril.
A grande novidade será o final que, nas duas últimas edições, foi em Querença e que agora será em Vilamoura – Quarteira.
Mas vamos ao relato.
DIA 1 – SETÚBAL - ODEMIRA
Avançámos três “reconhecentes” eu, o Pedro Padinha e a Sarah Moniz em conjunto com duas bicicletas e um todo o terreno, sendo a condução alternada entre todos.
O início em Tróia faz-se na saída dos ferries que agora é um pouco mais a sul. As condições melhoraram mas, infelizmente, o espaço é acanhado e oferece o problema de ser necessário improvisar um espaço para acomodar o camião que irá transportar as bagagens e efectuar um briefing inicial...
Os quilómetros iniciais até à Comporta são iguais aos de sempre já que não há alternativa ao asfalto. Na Comporta seguiram-se os habituais 10 kms. através dos campos de arroz ao longo da estupenda Vala Real até ao Carvalhal - magnífico cenário.
De novo, há falta de alternativa, seguiu-se por asfalto pela R261, só que agora, quatro quilómetros antes de Melides, viramos-se para nascente, para uma estrada secundária que se abandona para SE um quilómetro depois abordando pela primeira vez e suavemente a Serra de Grândola e permitindo alcançar Melides por nascente.
Seguiu-se a habitual travessia da Serra de Grândola até Santiago do Cacém com as passagens mais exigentes, do ponto de vista físico e técnico, do primeiro dia (mas curiosamente as mais agradáveis do ponto de vista paisagístico), tratam-se das passagens dos profundos barrancos do Livramento e do Moinho.
O outro barranco seguinte (Santa Cruz) é um must em termos de BTT já que não se tratou de cruzar o barranco mas de o percorrer durante alguns quilómetros numa sequência deliciosa de ribeiras transpostas para um lado e para outro vezes sem conta. No ano transacto este troço foi anulado em virtude das chuvas mas, neste reconhecimento, com tempo seco, foi recuperado. Esperemos que o tempo possa ajudar em meados de Abril e que este troço esteja ciclável como agora.
Chegados a Santiago foi tempo de restaurar as energias e de prosseguir em direcção ao Paiol e daí passar à barragem de Morgavél e à Sonega. A partir desta povoação optámos por uma ligação diferente até ao sopé da serra do Cercal, em lugar de prosseguirmos pela N120, seguimos para poente e depois virámos para sul apanhando o caminho anterior. Esta é uma passagem relativamente rápida, e que evita o “miolo” da serra e os desníveis acentuados (já se levam mais de cem quilómetros nas pernas).
Sem embargo a transposição do corgo é inevitável e a inerente subida constituiu o último grande desafio físico do dia. Referência ainda à chegada a Vale Beijinha que teve de ser alterada em virtude do facto de o caminho se encontrar em obras, felizmente que existe um bom par de alternativas. Os últimos quilómetros, pela N120, já que, alguns quilómetros volvidos, a noite caiu e fizemos os últimos metros de automóvel.
Dia 2 – ODEMIRA – VILAMOURA (QUARTEIRA)
Saímos de bicicleta pelo espectacular “Caminho do Mira” que é um dos pontos altos do raide, é um fantástico cenário natural logo pela manhã. Em paralelo a viatura fez a ligação por asfalto entre Boavista dos Pinheiros e Portela da Fonte Santa, isto é, tentou fazer, já que a estrada está interrompida bem como entre este lugar e Sabóia (embora neste segundo troço a bicicleta possa passar). A ideia de ter dois troços alternativos prende-se com as circunstâncias meteorológicas já que, em 2008, todos estamos recordados, o dilúvio abateu-se sobre os participantes e são necessárias alternativas em alguns pontos do traçado.
O troço seguinte, que foi percorrido, é o que liga Sabóia a Pereiras-Gare com a ferrovia à esquerda e o ribeiro à direita proporcionando alguns dos melhores momentos fotogénicos do raide. De Pereiras até São Marcos da Serra dois decâmetros de serra, penosa, com um punhado de rompe-pernas diabólicos para a coisa complicar um pouco.
De São Marcos em diante cruzam-se, pelo menos, uma dúzia de ribeiras, já para não falar do Rio Arade, a serra cruzada para nascente, no troço escolhido, é relativamente benévola na sua altimetria excepto a ascensão a Santa Margarida e a Alte.
Nesta pitoresca localidade tomamos um novo rumo – Sul. É que, ao contrário das duas edições anteriores, a de 2009 terminará em Vilamoura (Quarteira), pelo que foi em direcção ao mar que nos deslocámos.
Primeiro a ligação a Paderne por estradas municipais secundaríssimas. Depois a opção pela escolha de um traçado “seco” transpondo a ribeira para o Purgatório, e daí para Mem Moniz após a transposição sob a A2. Ainda por asfalto segue-se para sul e transpõe-se superiormente a Via do Infante muito perto da sua intersecção com a A2.
Seguimos, então, por um caminho que cruza diversas pedreiras, perto de Vale Serve, até se cruzar a perigosa e movimentada N125. Rumando sempre a sul passámos debaixo da ferrovia e chegámos a Pata de Baixo e daí a Vale Carro seguindo então até à zona da Praia da Falésia, ao Hotel Alfa-Mar e aos Foros de Quarteira onde tomámos um troço da Ecovia do Algarve (daqueles que são dignos desse nome) que termina junto à ponte pedonal que transpõe a Ribeira de Quarteira.
Aqui entramos no reino turístico de Vilamoura e o final do raide é absolutamente delicioso rolando através da marina em glória. O final foi um quilómetro adiante já em Quarteira, junto à escola secundária.
Em suma: este reconhecimento deu para ver que estão reunidas todas as condições para o Raide BTT da FPCUB Setúbal – Odemira – Algarve, versão 2009, ser uma jornada inesquecível à semelhança das edições anteriores.
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