domingo, 4 de abril de 2010
E LÁ VAI ELE DE LISBOA A SANTIAGO EM AUTONOMIA - DE VALENÇA A PONTEVEDRA
Texto e Foto: Miguel Sampaio
Dia 27 de Agosto, 5ª feira, de Valença a Pontevedra
A alvorada foi bem cedo porque iria perder uma hora quando atravessa-se a ponte de Valença, portanto toca a preparar a bike.
Arrancamos para Valença para tomar o ultimo café português, porque o café espanhol não me convence. Fui ao albergue S.Teotonio a fim de obter o ultimo carimbo português mas sem sucesso, não se encontrava ninguém na recepção vai dai e logo ali ao lado nos Bombeiros, que simpaticamente, mo colocaram.
O Zé acompanhou-me nestes kms até Catedral de Tuy onde eu coloquei o primeiro carimbo espanhol. Aqui despedimo-nos. “Bon Camino” dizia o Zé. Arranquei nas minhas calmas pelas ruas de Tuy passando pelo pequeno túnel do Convento das Clarissas Enclausuradas até que se entra no vale do rio Minho onde se alcança então a Ponte da Veiga. Entra-se então num bosque lindíssimo. Chega-se á Ponte de Febres onde se conta que S.Telmo faleceu. Aqui uma lápide dando conta da enfermidade do santo aquando da sua peregrinação a Compostela.
Chega-se então á tenebrosa recta de 3 kms da zona industrial de las Gandaras de Budino. Talvez a pior parte do Caminho mas que não tem qualquer alternativa. No final a passagem superior para passar por cima do caminho-de-ferro e entrar na N.550 até Porriño.
Em Porriño parei para meter lenha para o bucho e aqui comecei a sentir algumas dores nas minhas pernas talvez dos 110 kms do dia anterior mas que estava a controlar pois queria ficar em Pontevedra desse o desse.
Arranquei em direcção a Redondela e aqui começam algumas subidas íngremes até Mós, (que mói bastante)
É de notar a quantidade de testemunhos cristãos que existem neste percurso, desde os cruzeiros, igrejas, capelas dedicadas a S.Tiago bem com á Virgem Peregrina.
Temos que pensar que este foi um trajecto importantíssimo pelos nossos monarcas como a nossa Rainha Santa Isabel que ofereceu a sua coroa ao santuário e que em troca o Arcebispo num acto de gratidão ofereceu-lhe o seu Báculo que hoje está em Coimbra.
Chego a Redondela e logo vou ao albergue para mais um carimbo e refrescar-me um pouco conversando com alguns peregrinos que estavam no seu descanso numa óptima sala de leitura, porque ia ter pela frente uns 15 kms duros. Arranquei já abastecido de água para entrar na nac.550 que mais adiante se entra num bosque aonde no cume se vislumbra a Ria de Vigo e a Ilha de S.Simon.
Chego a Árcade, mas não fui comer ostras e logo depois a Ponte de Sampayo ( a minha ponte J))) ) onde aqui o povo galego defrontou uma batalha napoleónica das tropas do Marechal Ney.
Começo então uma dura subida aos ésses que pelo meio do povoado e logo depois de passar uma ponte Nova que de nova não tem nada por ser medieval entra-se num outro caminho medieval sempre a subir que rompe pura e simplesmente as minhas pernas. Sentia-as a ferver de dor. Parei a comer os meus frutos secos, a beber agua naquele bosque verdejante e fresco.
Entro então na estrada que chega a Pontevedra e logo ali vou ao albergue mas já estava cheio. Bem vamos lá procurar poiso e encontrei um hotel com nome sugestivo “ La Peregrina” mas que era caro isso era e depois de estar instalado é que me apercebi que nem pequeno-almoço tinha e paguei 40 “Aérios”. Ali nunca mais porque mais adiante já tinha outro, melhor com pequeno almoço por 27.
Peregrino sofre.
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