quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Uma bicicleta para começar - Specialized Hotrock 20

Nesta altura do ano, é comum os pais não saberem o que oferecer aos seus filhos... eu andei aqui durante uns tempos sem solução, e como os meus pequenotes já tinham bicicleta, nem este artigo me pôde ajudar - acabei por ir para outra coisa.
Mas para quem tem filhos entre os 115cm e os 140cm, e os mesmos ainda não têm bicicleta, ou a que têm já não dá para evoluir mais, talvez tenham aqui uma alternativa.
Tirando alguns casos um pouco mais precoces, é a partir dos 6/7 anos que os mais pequenos começam a ter destreza para começarem a fazer incursões mais "bêtêtísticas". Os meus filhos já andam sem rodas há muito tempo, e apesar de cedo terem experimentado uns caminhos de terra, com umas raízes e afins, só agora começam a demonstrar destreza e força para irem para o mato. Para o fazerem, as bicicletas que tinham eram manifestamente insuficientes. Estava então na altura de mudar para a roda 20".


Não vos vou maçar muito a despejar aqui a ficha técnica desta Specialized Hotrock 20 - podem dar um salto à página do fabricante, e ficam a saber isso tudo. Vou sim, chamar à atenção para algumas questões, que considero fazerem diferença para outras bicicletas disponíveis no mercado.
Começando pelo aspecto geral desta bicicleta, é muito gira, com uma geometria bem desenhada, e uma qualidade geral de acabamentos, bem superior ao que se encontra em "bicicletas de criança". Como se tratam de bicicletas de transição, a escolha para os mais pequenos acaba muitas vezes por recair na oferta de hipermercado, em geral abaixo dos 100€. Considero isso uma má escolha, pois a qualidade oferecida é muito mazinha. Cá por casa temos outra roda 20, uma Qüer sem suspensão e sem mudanças, que sendo pouco mais cara do que estas de marca branca, é francamente melhor. Mas a comparação entre estas e a Specialized aqui em teste, é injusta pois tratam-se de segmentos muito diferentes. Como em tudo na vida, as opiniões divergem, e se há quem diga que uma qualquer bicicleta de 300 ou 400 Euros, cumpre o objectivo para um adulto fazer BTT, sabemos bem que a performance de bicicletas de segmento superior se destaca, e bem.
O mesmo sucede aqui nesta bicicleta, que ficando um pouco acima dos 300 Euros, permite aos mais pequenos aventuras mais ambiciosas, sem comprometer a fiabilidade.

 

Como referi, a qualidade geral é elevada, e nota-se bem em pormenores como a resistência da pintura, a leveza do quadro, e a escolha por alguns componentes bem razoáveis. O quadro em alumínio A1, a suspensão SR Suntor com regulação da pré-carga e 50mm de curso, e um Desviador Shimano Tourney de 6 relações comandadas por um punho "Revo Twist" também da Shimano. A travagem está a cargo de uns V-brakes da Tektro, mas embora o quadro não tenha, a suspensão já vêm com apoios para travão de disco. A eficácia da travagem é enorme e em bicicletas de criança, durante os primeiros anos, recomendo que se desafine o travão da frente - os miúdos são muito leves e a roda da frente facilmente bloqueia.
As mudanças, funcionam com bastante precisão, e são boas para eles se habituarem a utilizar as mesmas.
Um pormenor curioso e um pouco invulgar, mas bastante útil é o guia de corrente de roldana dupla - algo comum em bicicletas de Down-hill, mas que aqui pode parecer despropositado, não o é quando pensamos na quantidade de vezes que os miúdos atiram a bicicleta para o chão, e a falta de cuidado que nestas idades eles têm, resulta inúmeras vezes no saltar da corrente.



Os pneus da marca rolam bem, com um piso bastante versátil que se adapta à maioria das situações não extremas. Os punhos em borracha suave são confortáveis, mas a sua resistência é menor - um compromisso inevitável. O selim em pele sintética, é da gama Body Geometry, mas adaptado para crianças - nunca ouvi quaisquer queixas do utilizador cá de casa (que se queixava nas bicicletas com que andou antes). Nesta versão o mesmo é em branco, que rapidamente fica sujo, e para quem isso possa ser um problema, na versão vermelha da bicicleta, o banco é preto.



A leveza da bicicleta, a geometria adequada e o conjunto que funciona sem contratempos ou avarias, resultam numa experiência muito positiva, para que os mais pequenos comecem a se aventurar em verdadeiros passeios de todo o terreno.
Com as escolas de BTT a aparecerem cada vez mais pelo país fora, o futuro adivinha-se promissor para a modalidade!

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