domingo, 7 de outubro de 2012

Vestuário Técnico: Eficácia e Estilo


Artigo Publicado na Revista "B - Cultura da Bicicleta", n.º 4, 2012


Bem sei que o “hábito não faz o monge” mas, convenhamos, ajuda muito.

É óbvio que não devemos julgar ninguém pela aparência mas, na realidade, é isso que fazemos todos os dias: um agente da autoridade é reconhecido pela sua farda ou um sacerdote pelas suas vestes – como em tudo na vida o “dress code” é algo de muito importante e seria leviano descurar este aspecto.

Ora queira-se, ou não, o acto de pedalar é uma actividade física mais ou menos exigente consoante se trate do “Tour” ou de uma ida pacata “à padaria”. Deste modo, a forma de trajar pode, ou não, facilitar essa tarefa. Esta função prática do vestuário, associada à bicicleta é, sem qualquer dúvida, melhor assegurada através das roupas nos chamados materiais técnicos (vulgar e redutoramente designados por “licra”) que asseguram uma excelente protecção contra os elementos naturais (sobretudo em condições climatéricas extremas), facilitam a aerodinâmica e afastam a transpiração do corpo. O resultado é uma maior eficiência e conforto que conduzem a um menor cansaço, maior agradabilidade e, em última análise, mais tempo em cima do selim.

Um outro aspecto da questão é o lado da moda. Quer sejamos a favor ou contra a “licra” e o visual ciclista inspirado na competição provavelmente todos concordaremos que o estilo é fundamental mesmo se visto do modo mais “casual” que se possa imaginar. Convenhamos - em cima da bicicleta, ou longe dela, todos procuramos ter um estilo próprio e estar, na medida do possível, bem vestidos em concordância com o mesmo.

De “licra”, ou sem ela, o importante é pedalar “bem vestido” e com estilo. No meu caso, tendo em conta as questões de eficiência técnica prefiro, sem margem para dúvida, a roupa técnica em “licra”. Paradoxalmente só quando pedalo sem ela é que constato o porque da sua importância.

De resto, a pensar nisso mesmo e tendo em conta o facto de haver muita gente que pensa de modo distinto do meu, as marcas mais conhecidas de roupas para ciclismo, acompanhando o “boom” do chamado “ciclismo urbano”, lançam-se novas linhas de vestuário mais adequadas às deslocações utilitárias, leia-se, para os fundamentalistas do “casual” mas que, apesar de tudo, reconhecem que devem pedalar em estilo. A este propósito veja-se http://tinyurl.com/9q34df3 .

É um sinal dos tempos. Assim teremos o melhor dos dois mundos – um visual “fashion” e casual sem comprometer a eficiência através dos materiais técnicos empregues no seu fabrico.

NOTA: O autor destas linhas escreve de acordo com a antiga ortografia

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