terça-feira, 18 de julho de 2000

SERRA DA CABREIRA

Ave BCG et alter velocipedicvs epistolae homini,No fim de semana passado estive no concelho de Vieira do Minho, maisconcretamente em S. Lourenço de Agra, freguesia de Rossas, concelho deVieira do Minho, terras de granito no sopé da maciça serra da cabreira deinvejável fauna e flora já que se encontra ainda, felizmente, relativamenteresguardada de um certo desenvolvimento que teima em arruinar paisagens porvia do turismo de massas.Desloquei-me aí por duas razões:. conhecia a região e tinha, há uns anos percorrido, de viatura, algunstroços dos caminhos florestais que ligam o início do Vale do Ave à outravertente, a da estrada nacional que liga Braga a Vila Pouca de Aguiar com asvárias barragens.. era fácil deslocar a família já que a minha sogra (não sou daqueles quedizem mal da sogra) é natural de Rossas e gosta sempre de aí se deslocar comalguma regularidade.Para além de tudo isso é uma região particularmente agradável nesta alturado ano contando com uma cultura e uma gastronomia muito ricas (esteparágrafo é patrocinado pelo BCG).Vai daí aproveitei o convite do BCG e instalei o trem na Casa do Travassô na6.ª à noite e no sábado parti para alcançar com os companheiros do BCG(Artur Nogueira, Pedro Santiago, Miguel "K2" Santiago, "Zé Dragão" eFrancisco Nogueira) o cume da serra (Cabreira - 1268 m.).Tivemos de contar com duas baixas psicológicas de início, de facto Zé Dragãoe Francisco Nogueira voltaram para "cuidar do almoço" e foi pena não poderemprosseguir até ao "tecto" (estes dois elementos vão criar o GCB - 1.ºgastronomia, 2.º cultura e 3.º bicicletas ;-) .Curiosamente a subida é bastante suave (o "32" fez o trabalho todo) emborabastante prolongada sendo que a parte final tem muito cascalho (de grandesdimensões, por vezes) e exige uma pedalada mais vigorosa para manter oequilíbrio, de resto a paisagem e o panorama, à medida que íamos subindoassumia uma grandiosidade ímpar.Cada passeio pelo Portugal profundo mete sempre histórias com vacas (talcomo no Covão da Ponte, Estrela - passeio BT) aqui foi uma barrosã que seinstalou numa sala de uma casa abandonada na montanha para se proteger dasmoscas.O calor era intenso mas felizmente um vento arrefecia o ambiente. Os bosquesde carvalhos e choupos com inúmeros fetos em que passam linhas de água queirão constitui o Rio Ave são um espectáculo para os sentidos, para além deque serviram para reagrupar os andamentos e breves pausas por causa docalor.O melhor estaria guardado para o topo onde as vistas logravam alcançar azona do Barroso e do Alto Rabagão a NE., o imponente Gerês a N, Vieira,Lanhoso, Braga e até o mar a W. , A Senhora da Graça, e o Alvão a NW eCabeceiras de Basto a S. .Tempo de piquenique entre Vacas e onde a cabreira (possivelmente a dona daserra ;-) criava galinhas, patos e, naturalmente, cabras.Tempo de descer e de testar a famosa "K2". Só vos digo que a "coisa" é umaespécie de "Citroën" do mundo ciclístico tal o conforto e a sensação desegurança a baixar de cota, ainda por cima em terreno propício - DH"clássico" com cotovelos e cascalho grande no chão (felizmente que o testenão foi a subir) quando regressei à "C" parecia que estava a montar numcavalo de pau mas são, naturalmente, filosofias diferentes (XC e Free Ride).O episódio seguinte fez-me contactar com a realidade: MS foi ao tapete("light crash" todavia) porque a K2 transmite tanta confiança a descer queos limites são mais altos em termos de velocidade e a queda pode ser maisfrequente (digo eu). Com a minha, tenho que escolher criteriosamente ocaminho, não me posso exceder pelo que a velocidade é inferior.Após a descida era preciso precorrer o estradão florestal a meia encosta atéAgra onde a canícula apertou fortemente, sobrevivi a mais um furo na rodatraseira, prontamente fixado e ao esgotar da reserva de água (a mania dasgramas fez-me levar apenas 1,5 l). felizmente que a água das nascentes doAve é excelente e bebi-a com sofreguidão (olha se o passeio fosse em Vila doConde - teria morrido à sede ;-).Regressados a Agra tempo de duche e de cozido à portuguesa, na casa dosMartinhos) nem mais, nem menos (talves mais que menos). Até às 18:00 nadamau - bati o recorde - deu até para conhecer um indivíduo a que chamam"Litos" e que é absolutamente impagável - tripeiro de gema (embora adepto doBoavista F.C.).Há já muito tempo que não tinha um fim de semana assim !Saudações Virtuais, Virtual Best Regards

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