Como não sou o único a ter falta de juízo ninguém alinhou pela voz da razão e todos concordaram com a jornada que já havia apelidado,previamente, de "barbaridade". Não estava longe da realidade! Para além de o testemunho estar já em Portalegre ao cuidado do Vilela há que referir que estes 210 kms. (mais 5% que o previsto) acabou por se revelar um intensíssimo esforço físico, bem pior do que o Tróia - Sagres para o qual, habitualmente, há toda uma preparação prévia que aqui não existiu. O grande responsável foi o forte vento frontal que nos acompanhou em mais de metade do percurso.
Éramos quatro à partida (eu, o Rui Sousa, o Delfino Santos e o Cipriano Canaverde) e também à chegada. Pelo meio, entre Estremoz e Portalegre acompanhámos os "Ases de Portalegre" e também o João Pina (o tal que encontramos nas zonas mais incríveis do país) que connosco viajou até Monforte.
A primeira parte equiveleu à 21 etap@ entre Arraiolos e Estremoz e correspondeu a 42 kms. pela EN 4 com um vento a soprar moderado quase frontal mas a que demos uma boa resposta pelo pedalar em grupo a que correspondeu uma interessante média de 32 kms./h.
A EN 4 entre estas duas localidades é interessante para pedalar enquanto a berma larga o permite. Chegados a Estremoz já lá estavam os "Ases" e o grupo lá seguiu pelo IP 2 até Portalegre (km. 100). Este era um grupo extremamente heterogéneo: bicicletas de estrada, híbridas (BTT com pneu de asfalto) e BTT pura com pneu "gordo".
Foi tempo de relaxar um pouco:o vento soprava por trás, a berma é extremamente larga e a maior parte do percurso foi feito a conversar - agradável.O troço de 20 kms. entre Portalegre e Crato foi o mais interessante de todos: sinuoso, rápido, deserto e com o asfalto em excelentes condições. Um hino ao ciclismo de estrada!
Pausa nesta povoação histórica para uma breve snack. A partir do Crato (Km. 120) tudo se complicou: o asfalto deixou de estar em condições, o trânsito automóvel densificou-se, os desníveis aumentaram e, sobretudo, o vento começou a soprar frontal e forte (nalguns descampados havia rajadas). Tudo isto conjugado contribuiu para aumentar a penosidade. Teria sido óptimo se o passeio terminasse no Crato, mas lá seguímos.
Os 12 kms. até Alter do Chão (km. 132) foram terríveis. De Alter até Avis houve um pouco de tudo, nos primeiros 10 kms. rodámos para poente e pedalou-se bem mas os restantes 20 kms. já foram algo penosos embora os desníveis não fossem fortes e a paisagem interessante em virtude de se acompanhar as margens da albufeira da Barragem do Maranhão.
Em Avis nova paragem para repor açúcar já que o desgaste calórico associado era já enorme.Avis - Pavia e Pavia - Arraiolos foram indescritíveis: vento forte, desníveis de respeito, asfalto degradado - penosidade máxima.
No final um enorme esforço despendido e a sensação de que se superaram limites.
Conclusões:
- Foi excessivo - tendo em conta o vento deveria de ter sido maiscurto.. 4600 Kcal. despendidas - retrato do esforço brutal a que correponde3 dias (!) de gasto do metabolismo basal num adulto masculino médio.
- Ingestão de alimentos - perante um desgaste deste tipo o consumo de alimentos foi a condizer e foi responsável, indubitavelmente, por termos chegado ao final: 7 barras energéticas; 2 litros de isotónico;1 compal pêssego, uma sandes mista, 1 mousse de chocolate e dois cafés!
- Boas prestações individuais - todos tiveram à altura do evento apesar das enormes dificuldades. Pessoalmente estive bem, só no troço final (Pavia-Arraiolos 20 kms. a subir) fui buscar forças já não sei bem onde. O Cipriano esteve também em muito bom nível, o Delfino fraquejou um pouco a partir de Alter mas conseguiu chegar ao final e o Rui também deu boa conta de si, embora com alguma sdificuldades
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