segunda-feira, 13 de dezembro de 2004
Fortes Linhas de Torres a Segunda Linha: Da Venda do Pinheiro a Bucelas
Ontem foi dia de novo reconhecimento das "Linhas de Torres".Optámos por começar pela segunda linha e partimos de Bucelas. Para tantoelaborei um track virtual a partir de Bucelas.O intuito era avançar para poente, até à Venda do Pinheiro e, a partir daí,reconhecer os diversos fortes que estavam pelo caminho até Bucelas. Tenho opropósito de a percorrer de poente para nascente (a segunda linha, entenda-se).Começámos por avançar um pouco para Norte para depois inflectir para oeste emzonas de enorme beleza, primeiro ao longo do curso do Trancão (límpido naquelazona), para depois vencer o declive e transpor vale após vale até à Póvoa daGalega, passando a A8 e alcançando a Venda do Pinheiro que seria o ponto maispoente da incursão.Aí visitámos o forte da quinta do Estrangeiro que fica num cabeço contíguo a umaantena celular e de relativo fácil acesso. Como a maioria está coberto pelavegetação.Transpomos de novo a A8, após mais uns sobe e desce típicos da região ealcançamos o forte do Outeiro do Além, sobranceiro à EN 116 logo após o viaduto.Coberto de vegetação tornou-se difícil distingui-lo mas lá se vislumbrou o fossoe a parede em terra.Seguimos então até à zona da Charneca por uma calçada entre muros de uma belezaincrível mas cuja irregularidade implicava que circulássemos desmontados.Alcançamos então a EN374 e daí virámos para sul em direcção aos fortes doCapitão (também com uma antena celular ao lado) e Azinheira um e outro também emterra e cobertos de vegetação.Os próximos foram os dois da Achada num alto sobranceiro às portagens do acessode Lousa e Montachique da A8 (lado nascente) numa posição estratégica excelente.Um e outro cobertos de vegetação mas um deles com um fosso enorme e onde sevislumbravam bem os parapeitos.O forte de São Gião, junto ao cabeço de Montachique, está em propriedadeparticular pelo que apenas o pudemos ver da estrada.Ali chegados achámos por bem ir "lá acima" ao delta de Montachique numa ascensãopenosa aos mais de 400 metros do marco geodésico. Foi mais um delta para a jáenorme colecção.Descemos e encaminhámo-nos para o forte de Montachique. Aí deparámos com umepisódio interessante: um passeio de TT onde um dos participantes transpunha ofosso do forte com a sua viatura, para trás e para diante, exibindo-se peranteos demais. Notável!Seguimos então em altitude pelo topo da escarpa pela chamada "estrada militar"(calçada que ligava os fortes e que data da altura da sua construção - 1809/10)e alcançamos o forte das Ribas, este já em cantaria, dominando o vale de Ribas .Alcançamos Fanhões e depois disso o Picotinho sobranceiro ao Freixial e aBucelas onde visitamos o seu forte muito semelhante ao anterior.Daí descemos até ao Freixial e percorremos os três quilómetros até Bucelas.De referir que os topos das escarpas referidas juntamente com a do Monte Serves(sobranceiro a Bucelas e percorrido no domingo passado) foram trabalhadas nosentido de as verticalizar como forma defensiva de dificultar a ascensão detropas inimigas.Trata-se, no fundo, de tornar a forma "\" na forma "L". As linhas são, no fundo,um conjunto de obras defensivas de fortificação, em que se aproveitou asexcelentes condições naturais da península de Lisboa, a norte da cidade paradificultar a progressão das tropas francesas. Por isso as fortificações são dediverso tipo, nem todas são fortes, no sentido clássico do termo. No caso dosfortes, muitos são em terra, outros em pedra, por exemplo.O reconhecimento foi, também, um passeio de grande qualidade, por zonas ruraisde grande beleza mas muito difícil do ponto de vista físico em virtude do relevoimpiedoso.Para terem uma ideia foram 60 quilómetros, 1300 metros de altitude positivaacumulada e quase 3500 KCal consumidas que atestam bem das dificuldades.O reconhecimento irá prosseguir em breve.
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