segunda-feira, 7 de março de 2005

ALCOBAÇA OU A PHOENIX RENASCIDA (Passeio no Vale da Ribeira de Gião)

Por questões relacionadas com a minha vida pública havia praticamente um mês que não pedalava.
Resolvi ontem recomeçar e como estava pelas bandas de Leiria contactei Pedro Brites, o sensato, para um passeio pelos inúmeros trilhos da região.
Quem se furtou ao dever pedalante foi o Nuno Neves que parece que preferiu ficar a polir o quadro do velocípede (piada com o patrocínio da Cera Auto Redex :-).
Já há muito que tinha ouvido descrições maravilhadas relativamente às veredas (outrora conhecidas por “single-track”) da zona de Alcobaça, mais concretamente nas redondezas da povoação de Ataíja.
À falta de treino juntou-se uma arreliante dor de garganta que, apesar de não ser forte, contribuía para uma indisposição geral em cima da bicicleta. De resto tudo parecia estranho, o assento mais rijo e desconfortável, a técnica dificultada e receosa mas o pior de tudo eram as subidas que pareciam mais inclinadas que nunca e o recurso à cremalheira de vinte e dois dentes a tornar-se numa espécie de regra que, todavia, tolerava, ainda, algumas excepções.
É certo que teria de debutar. É certo, também, que apesar de tudo as coisas até nem correram mal. Mas aquilo que me entristece é que um terreno com aquelas características, todo em vereda, delicioso de pedalar, em que a técnica é exigida constantemente, embora sem dificuldades excessivas ou passos arriscados, não possa ter sido, por mim, devidamente aproveitado.
Parece impossível como é que existe um terreno com aquelas características. Trata-se de um vale fundo e encravado, originário da erosão do calcário, que dá lugar à nascente do Rio Alcoa, no Poço Suão em Chiqueda.
Dá pelo nome de “Vale da Ribeira de Mogo” e, grosso modo, liga Alcobaça à Serra dos Candeeiros
Vejamos o que nos dizem acerca deste vale:

“O Vale da Ribeira do Mogo, onde se situam as Nascentes do Rio Alcoa constitui um corredor de vegetação tipicamente mediterrânica que liga a cidade de Alcobaça à Serra dos Candeeiros. No Outono e Inverno, as nascentes funcionam como maternidade para aves e anfíbios e, no Verão, esta zona é o bebedouro de toda a fauna que habita o vale.Fisicamente localizado fora da área de influência do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, mas ecologicamente contínuo, o vale, de pequena dimensão e grande proximidade ao espaço urbano, torna-se um local extremamente vulnerável, podendo entrar em desequilíbrio por acção da pressão humana. Como principais ameaças citam-se a pedreira que opera numa das vertentes do vale, o corte de carvalhos para obtenção de lenha, e a possibilidade de incêndio, sempre presente. A acção das águas sobre as camadas de calcário que afloram nos vales muito encaixados da Ribeira do Mogo permitiu a formação de importantes cavidades naturais, algumas das quais foram utilizadas pelo homem ao longo dos tempos e outras que são interessantes sob o ponto de vista espeleológico e biológico (morcegos carvenícolas, líquenes, briófitas e fungos). Algumas das vertentes são habitat de aves de rapina que encontram aqui excelentes condições para nidificação.Na Ribeira do Mogo continuam em bom estado grande parte das antigas estradas que percorriam o fundo do vale. “ (in http://www.cienciaviva.pt/veraocv/biologia/bio2004/index.asp?accao=showactiventidade&id_entidade=167&id_actividade=2 )
Ainda um pormenor: naqueles terrenos houve uma prova de BTT recentemente. Como adivinhei? Não foi porque alguma informação me tenha chegado mas antes pelos famosos vestígios.
De facto contámos centenas (leram bem centenas) de fitas plásticas penduradas com a incrição “Shimano XTR” e “Sociedade Comercial do Vouga, Lda". Se por um lado nos deram aquela sensação de nunca andarmos perdidos por outro deram um contraste perfeitamente dispensável com o esplêndido ambiente natural em que nos inseríamos.
Admitamos: nós, os portugueses, temos um problema grave e endémico com o lixo. Nem o facto de pedalarmos de BTT e de, por isso, possuirmos alguma sobranceria ambiental (que poderia ser efectiva) nos faz ultrapassar esse trauma.
De resto e tirando o empeno razoável num passeio de duração e dificuldade média o dia ciclistico foi muito bem passado. A desejar aí regressar em breve, espero que em melhor forma.
APRO

2 comentários:

Anónimo disse...

desculpa demorar a comentar este texto obrigado por reconhecer o valor deste sitio maravilhoso para a pratica do btt em relaçao as fitas estou a fazer tudo para que elas sejao tiradas por quem as meteo mas se quiser conhecer melhor estes trilhos existe pessoal a fazer btt todos os domingos de manha que arranca do logar do carvalhal de aljobarrota onde estao inseridos os mais espetacolares trilhos para o btt aparece neste lugar (associaçao ou minimercado )onde sera bem recebido e lhe darao mais infomaçoes

Anónimo disse...

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