quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Edição 2006 da Volta a Mafra em BTT


Crossing the beautiful Tapada is the ex-libris of the "Volta a Mafra"

ORGANIZAÇÃO

Apenas a “pseudo-refeição” manchou a organização desta “Volta a Mafra 2006”. De facto concordo com as críticas daqueles que referem que, por 15 unidades de conta europeias, se poderia ter ido mais além daquela merenda terceiro mundista. Quanto ao que verdadeiramente interessa, isto é, o ciclismo nada há que apontar a uma organização que, de há uns anos a esta parte, tem vindo a promover Mafra através de inúmeros eventos BTT e pedestres. De facto o meu amigo e colega Pedro Liberto sabe o que faz e torna-se muito difícil encontrar defeitos quando quase tudo roça a perfeição. Repare-se no seguinte pormenor: a partida real efectua-se na entrada do CMEFED e os primeiros quilómetros pela Tapada Militar (primeiro) e Tapada Real (de seguida) são praticamente planos ou descendentes e só após a primeira passagem pelo Vale da Guarda se iniciam as ascensões verdadeiramente mais duras. Tal circunstância permitiu, em primeiro lugar, dispersar o pelotão e, em segundo, dosear o esforço da melhor maneira por forma a que um aquecimento pudesse ser efectuado de forma correcta preparando o corpo para os esforços que se adivinhavam.

OLD FRIENDS

Foi interessante, do ponto de vista pessoal, rever muita gente conhecida. De facto para além do habitual Jorge Cláudio, revemos o Zé Luz, de modo episódico, já que inexplicavelmente ficou para trás (terão sido os calções da “Maia Cycles”?), o Vítor Louça, o Luís Gomes, os alvaladenses, Lança, Raposo ou Matias, o Carlos Martins (inagine-se!) e espero não ter esquecido ninguém. O

PERCURSO

A fórmula está testada e é correcta. Trata-se de um circuito em “8” com partida do Parque Desportivo Municipal, passagem a meio e final no mesmo local. No fundo é uma espécie de “4 em 1” ou seja, 100 kms. divididos por 4 onde se pode optar pela distância que mais nos convém. Os primeiros 25 quilómetros foram corridos integralmente no interior da incrível Tapada de Mafra, primeiro em plano depois iniciando as subidas de forma gradual mas cada vez mais consistente pelo que a dureza até ao primeiro reabastecimento já a pesar um pouco. A segunda etapa (kms. 25 a 50) correspondeu à saída da etapa até ao Pavilhão, de novo e foi tempo de duas enormes e duras subidas equivalentes às saídas dos vales do Rio do Sobral e do Rio do Cuco. Como a experiência dos organizadores lhes indica que a distância de 50 kms. é a que corresponde à maior adesão estes fazem-na coincidir com a passagem pelo Pavilhão Municipal evitando, desta forma, terem de transportar os ciclistas de regresso. Assim foi de novo tendo a maioria optado por aqui ficar em detrimento dos 75 ou 100 kms.

A MINHA MARATONA

Como é habitual sai sem qualquer preocupação de acelerar ou de ganhar posições preocupando-me, de início e em virtude do facto de o percurso ser rápido e com algumas viragens sinuosas e acidentadas, em evitar quedas ou contactos que comprometessem o percurso. Assim foi até ao primeiro reabastecimento (e final da etapa 1) algures entre o Celebredo e o portão do Codeçal. Aqui procurei repôr algumas energias circulando sempre em conjunto com o Jorge Cláudio. A partir daqui começaram as grande dificuldades ascensionais. Primeiro a Serra do Chipre (junto ao Gradil) e depois as já referidas saídas dos vales dos Rios. Sai-me muito bem dos testes apesar do momento de forma não ser o melhor. De facto, sobretudo nas subidas dos vales, e por comparação com os demais que circulavam praticamente apeados, a condição de ser dos poucos que subiram a pedalar e num ritmo consistente, a deixar-me satisfeito. Aos 50 kms. a ideia era mesmo continuar até final. No entanto dois factos fizeram-me repensar esta premissa: o Jorge Cláudio ficava por ali tendo de prosseguir a solo (se tal é possível no meio de tanto ciclista) e, sobretudo, o tecto de nuvens a ameaçar uma chuvada eminente. De resto a decisão acabou por se revelar acertada já que a precipitação não demorou. Do ponto de vista físico a sensação de pouco. Esta diferença entre os 50 ou os 100 kms. foi, de resto, a diferença entre um “bom treino” ou um “bom empeno”! O espírito da maratona esteve presente de tal forma que nem me preocupei em controlar cedo no final dos 50 kms. De facto, enquanto equacionava se continuaria, ou não, deixei-me ficar a comer na pista de tartan do estádio e, só após, controlei os 50 kms. pelas 12:40...

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