Recebi uma chamada às 15:45 do Mário Silva.
Dizia-me ele o seguinte em jeito de enigma: “tenho uma proposta que já sei que vais recusar mas é uma pena que recuses”.
Ao que respondi: “sem me a fazeres não saberás se recuso ou não!”.
A proposta tratava-se de zarpar, dali a um quarto de hora até Monsaraz para assistir à chegada dos participantes na etapa da “Garmin Transportugal”. Fui mesmo de fato azul escuro, só tirei mesmo a gravata (tipo “chefão da prova”) e passada hora e meia lá estávamos.
Após os cumprimentos da praxe ao António Malvar, Louise Hill, Agnelo Quelhas, etc. ainda assistimos à chegada da segunda metade dos participantes. É incrível a postura do Malvar no comando das operações. O sujeito é, de facto, “o Guru de todos os Gurus” do BTT amador nacional.
Ao contrário do ano transacto a chegada não era “lá em baixo” no adro do convento da Orada mas antes “lá em cima” no morro frontal a Monsaraz onde se situa o forte e capela de São Bento. Tratou-se de uma “malvardez” suplementar a acrescer à terrível provação que todos sofreram: a chuva, o vento e a lama deixaram o material em estado miserável e muitos participantes com o moral em baixo.
Vimos chegar o Jorge Manso e o Cláudio Nogueira ainda em razoável estado de conservação mas com este último a confessar que nunca tinha passado por algo tão duro! E após a chegada do nosso amigo Pedro Soares rumámos ao QG.
Em alguns dos seguintes o semblante não enganava: tinha sido atingido o limite da força física e anímica. As máquinas, invariavelmente, estavam com problemas de transmissão e de travões a complicar ainda mais.
Jantámos com os demais e revemos velhos amigos e conhecidos: o Luís Gomes (que havia estoirado o seu segundo pneu), o Nuno Gomes, o Ricardo Melo, etc.
Quem estava com um ar de absoluta tranquilidade eram os ditos belgas. Constava por lá, à boca pequena, que os indivíduos mal comiam e bebiam durante a etapa. O que é certo é que há ali um nível de preparação física a que não estamos habituados e os resultados reflectem-no.
Às 01:00 cheguei a casa. Valeu a pena o desafio.
Obrigado Mário!
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