terça-feira, 11 de novembro de 2008

Se não terminar obras até Dezembro...


Ecovia que liga Sagres a Vila Real de Santo António pode perder fundos comunitários.

in Público

A Ecovia, projecto-piloto em Portugal que ligará Sagres a Vila Real de Santo António numa extensão de 214 quilómetros, está em risco de perder financiamentos comunitários se as autarquias envolvidas não terminarem as obras até final deste ano.

"Está a ser uma corrida contra o tempo", disse hoje um dos responsáveis do projecto. Vila do Bispo, Lagos, Portimão, Silves, Faro e Olhão são as autarquias que ainda não terminaram as obras de ligação da via ecológica.

Caso a ligação não seja feita até fim de 2008, as seis autarquias perdem o acesso ao financiamento da União Europeia e terão de pagar com verbas próprias ou esperar pelo próximo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) para se tornarem a candidatar, o que iria atrasar ainda mais um projecto que já esteve para ser inaugurado em Novembro de 2007.

Um dos concelhos mais atrasados é o de Portimão, onde a obra ainda nem sequer tenha sido adjudicada, disse fonte da Área Metropolitana do Algarve (AMAL), entidade que coordena o projecto Ecovia.

Mas há outros casos complicados como o do concelho de Lagos, onde o empreiteiro da obra está com dificuldades financeiras, e de Faro, onde a ligação com Olhão é em propriedade privada.

Nos concelhos de Lagoa, Loulé, Albufeira, Tavira e Vila Real de Santo António os trabalhos de pavimentação, bermas construídas e sinalização estão concretizados, acrescentou a mesma fonte da AMAL.

Em Fevereiro de 2007, os coordenadores do projecto disseram que a obra estaria pronta para inaugurar em Novembro desse ano, altura em que haveria "menos eventos, sol e praia, e em que a comunicação social estaria mais disponível para divulgar o projecto pioneiro", explicaram.

Mas os atrasos das obras levaram a AMAL a pedir à União Europeia a prorrogação do prazo das candidaturas até final de 2008, adiamento que lhes foi concedido.

O caminho ecológico, propício às bicicletas e aos caminhantes, mas também a passeios de burro ou cavalo, terá em quase toda a extensão cerca de um 1,80 metros de largura, mas nalguns sítios vai estreitar e ter piso íngreme e sinuoso.

O quilómetro 1 da Ecovia fica marcado no Forte do Farol, em São Vicente (Sagres) e Vila Real de Santo António será a localidade onde termina a via, assinalada no marco com o quilómetro 214.

Orçada em três milhões de euros, a empreitada é co-financiada por fundos nacionais e comunitários, como o Programa Operacional para o Algarve, o Programa Transfronteiriço Interreg e o Programa Investimentos Públicos de Interesse Turístico para o Algarve (PIPITAL).

A Lusa visitou alguns dos troços já concluídos, onde restos das pedreiras da região e outros inertes e madeiras servem de matérias-primas utilizadas para construir de raiz alguns pedaços da via amiga do ambiente, que terá cerca de 21 pontes e passadiços previstos ao longo dos 214 quilómetros.

Estradas secundárias e caminhos rurais abandonados ou desactivados estão a ser recuperados e as linhas de água limpas de entulho, porque a "Ecovia" não é apenas uma viagem ecológica pelo litoral algarvio, mas também uma descoberta dos campos de golfe, bosques, centros de cidades agitadas e praias, como acontece em Silves junto à Lagoa dos Salgados, onde se vislumbra um lago de um lado e do outro estão o mar e os areais.

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