segunda-feira, 1 de março de 2010

ÁGUA E LEZÍRIA


Com os terrenos impróprios para pedalar fora da estrada foi tempo de escolher um percurso todo-terreno em que o barro não abundasse e em que, apesar da quantidade inusitada de água existente nos solos, se conseguisse progredir razoavelmente.

Assim, foi escolhida a "clássica" de Salvaterra de Magos e, como companhia, apenas o Jorge Cláudio deu o seu agrément. Avançámos em sentido contrário àquele que era habitual, isto é, circular para NE em direcção a Muge, rodando no sentido horário.

O tempo estava cinzento mas a chuva não tinha ainda aparecido. Com os fortes índices de pluviosidade das últimas semanas desde logo se descartou a incursão inicial pelos arrozais optando por seguir até ao Escaroupim pela estrada (deserta àquela hora) o que permitiu um aquecimento de qualidade. Rapidamente passamos aquela aldeia avieiera e seguimos para Muge onde optámos por seguir um rumo diferente do track. Em boa hora - o alagamento das zonas de aluvião do Vale do Tejo impedia que se passasse pelo caminho habitual dos arrozais e o desvio, na direcção de Benfica do Ribatejo, permitiu chegar a Raposa rapidamente e sem problema.

Daí subimos, cruzámos a N 114 e descemos. O problema foi que a ribeira não se deixou cruzar pois, para além do leito de cheia muito alargado, o pontão, pura e simplesmente desapareceu. Este golpe de teatro fez com se perdessem inúmeros minutos e quilómetros tentando achar uma solução e, a mesma, claramente expedita, implicou a transposição de algumas vedações e portões até se retomar a N 114 e transpor a ponte.

A esta transposição correspondeu um aumento e consolidação da plusviosidade. e facto a chuva tinha feito a sua aparição sob a forma de breves aguaceiros. Agora veio forte para ficar. Foi cerca de uma hora a pedalar debaixo de um céu inclemente e valeu o facto do estradão estar bem marcado e compactado.

Com as perdas de tempo anteriores optou-se pelo regresso cruzando um troço não registado até se tomar, a partir de Granho, o troço final do troço (Muge - Salvaterra). Referência a uma breve paragem no caís do Escaroupim  que é fronteiro à Valada na margem norte onde os locais observavam com curiosidade a subida das águas do Tejo.

No final a marca de 85 kms., ou seja, 8 a menos que o planeado. Ainda assim uma incursão muito interessante e muito marcado pela presença do Tejo e de outros cursos de água subsidiários apresentando fortes caudais constituindo um factor marcante na paisagem.

Apesar da chuva forte foi um excelente passeio. Penso repeti-lo em breve desta vez resolvendo o problema da passagem da ribeira através da circulação via Lamarosa e ainda com a passagem por Coruche.

É um bom passeio para esta altura do ano até porque, a presença de alguma areia, é mitigada pelo facto do terreno estar pesado e compacto.

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