segunda-feira, 29 de março de 2010

E LÁ VAI ELE DE LISBOA A SANTIAGO EM AUTONOMIA - DE OPORTO A ESPOSENDE


Texto e foto: Miguel Sampaio

Dia 25 de Agosto, 3ªfeira, de Oporto a Esposende

Eram 8 horas e avançamos para S. Pedro de Rates. Fiz um desvio em Araújo para passar pelo Mosteiro de Santa Maria de Leça do Balio para evitar a tão perigosa passagem pela estrada nº13 por debaixo da ponte do metro. Ainda não percebi muito bem porque teimam em ir por ali, tendo este trajecto pelo Mosteiro muito mais histórico e mais seguro.

Visitamos o Mosteiro e colocamos mais um carimbo.

Este mosteiro construído no séc. X foi doado posteriormente aos Cavaleiros Hospitalários da Ordem de Malta por D. Afonso Henriques. Aqui casou secretamente o rei D. Fernando com D. Leonor de Teles. Foi também onde a Rainha Santa Isabel ficou albergada aquando da sua peregrinação a Santiago de Compostela.

Arrancamos então passando pelo centro da Maia e logo depois entramos no caminho junta à Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho. Passamos pela zona industrial da Maia, Gemunde, Vilar do Pinheiro, Vairão e Vilarinho.

Aqui a paisagem é predominantemente agrícola e campestre.

Chegamos então á ponte romana D. Zameiro sobre o rio Ave, toda ela reconstruída com os seus 130 metros de comprimento do qual tem logo a seguir uma boa subida até ao largo da igreja da Nª Srª da Ajuda ( e que ajuda nós precisamos), logo depois no lugar de Boavista entramos na Calçada da Estalagem onde passamos pela Estalagem das Pulgas.

Esta estalagem ficou conhecida pela novela de Camilo Castelo Branco em “ A filha de Arcediago” onde este teve uma noite de combate com um exército de pulgas que procuravam saciar-se de sangue.

Pertencia ao antigo mosteiro da Junqueira que era um posto de Mala-Posta e que acolhia viajantes e peregrinos.

Passamos então pela ponte romana de Arcos até chegarmos a S.Pedro de Rates.

Aqui levei os 3 espanhóis a visitar o albergue de Rates. Ficaram encantados. Depois foi as despedidas, eles iam seguir o caminho medieval enquanto eu iria pelo caminho da costa do qual fazia questão de seguir.

Nem 200 metros depois de entrar no caminho tenho o 1º “Cavaleiro” à minha espera, João Maria e mais à frente Manuel Rocha, fizeram a escolta até Barca do Lago aonde me esperava um barco para atravessar o rio Cávado precisamente no sitio onde a Rainha Santa Isabel também o fez.

Este trajecto é muito bonito, está muito bem marcado e com setas ainda frescas pela pincelada do João Maria que fez um belíssimo trabalho na marcação das ditas cujas não havendo qualquer possibilidade de nos perdermos. Parabéns a toda a equipa do núcleo Jacobeano de Esposende.

Passamos por Cristelo, Fonte Boa (onde a junta de freguesia fez um carimbo dos Caminhos de Santiago de propósito pró efeito).

E assim foi a progressão até Esposende com grande cavaqueira e risota mas antes de atravessar o Cávado lá tivemos de ir até ao bar repor os níveis que se pautou com umas sandes, bolinhos de bacalhau e duas canecas de “ Isostar” tinto, cafezinho e um “ cheirinho”, isto enquanto que o barqueiro nos fazia passar as nossas bicicletas para a outra margem.

Chegado á outra margem esperava-nos o Presidente da Junta de Freguesia de Gemeses Sr. José Augusto que se prontificou logo ali para nos ajudar bem como Manuel Miranda Confrade daqui do fórum.

Seguimos para S.Pedro de Fins (aonde se passa pelo Palácio dos Cunhas), cheguei a Esposende aqui, fiquei com a minha credencial cheia de carimbos pões todos queriam colocar o seu carimbo. Entretanto fui recebido por uma Directora dos serviços camarários de Esposende que simpaticamente me colocou mais um carimbo mas desta vez o carimbo branco do Município.

Fui levado então á Junta de Freguesia das Marinhas onde fui recebido pelo presidente da Junta e que é grande historiador daquele local. Logo depois fui recebido pelo Padre Avelino da Paroquia das Marinhas que se prontificou também para mais um carimbo branco na minha credencial.

Como já era tarde para seguir para Viana fiquei albergado na Cruz Vermelha de Esposende.

José Lima, António Albino coordenador da Cruz vermelha e Manuel Miranda fizeram então companhia num jantar que durou até bem tarde e que resultou numa tertúlia muito engraçada.

Queria agradecer a grande hospitalidade das gentes de Esposende que foram incansáveis comigo.

Este momento de atravessar o rio Cávado é um dos pontos altos desta viagem.
Nunca pensei que mo pudessem realizar

Ao Manuel Miranda, João Maria, Manuel Rocha, José Lima, António Albino, aos Presidentes das Juntas das Marinhas e Gemeses bem como a Directora dos Serviços da Câmara de Esposende o meu muito obrigado pelo vosso esforço e empenho.

Um forte abraço para todos e continuem com o excelente trabalho que fazem.

Bem haja!

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