quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Enduro à Nascente do Rio Leça

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Férias de Verão para os jovens sem um pouco de aventura também não são verdadeiras férias.

Felizmente a bicicleta é um extraordinário objecto multiusos. Para quem pouco conhece a paixão pelo ciclismo pode ser estranho pensar de outro modo e provavelmente vê o ciclismo como um acto de sacrifício, de competição ou uma necessidade de transporte económico, ecológico como está agora na moda pensar nestas coisas... Os jovens da escola de ciclismo em férias provaram hoje mesmo que a bicicleta não é para eles só um equipamento de treino e competição... É e foi neste dia uma verdadeira amiga de grande aventura num enduro de BTT que durou o dia todo tendo-se feito no total 80 quilometros por estradas e caminhos que só mesmo a versatilidade de uma BTT permite. Num fim de época já sem competições os jovens estão bem preparados físicamente, estando de férias tem agora tempo de sobra para se divertirem sem horários de chegada a casa, só falta mesmo um empurrão para se combinar um bom programa de tempo livre com muita aventura. Assim pensei em algo simples sem necessidade de transporte com partida de BTT de Leça do Balio mas que tivesse algum interesse a nível de conhecimento cultural e com alguma aventura... E a escolha recaiu no ir de bicicleta em completa autonomia até à nascente do rio Leça e regressar no mesmo dia. Os protagonistas que estavam livres e se disponibilizaram logo foram a Mariana Pedrosa (Juvenil de 13 anos), João Santos(Fininho) (Juvenil de 13 anos) e Pedro Nogueira (cadete de 14 anos), e a equipa ficou completa depois comigo (Ferramentas). O programa foi simples, levar sandes água e todo o resto que estes jovens já sabem o que devem levar numa saída em autonomia e às 9h30 já estávamos a pedalar com grande vontade pelas estradas secundárias e alguns caminhos de terra em direcção ao Monte Córdova em Stº Tirso. Não pensem que foi sempre a pedalar sem paragens, pois o jovens não dispensaram o desafio de descerem um lanço de mais ou menos de 100 metros de escadas várias vezes, bem perto de S.Romão de Coronado... :) Retomou-se o caminho novamente agora em direcção à Camposa apanhando a EN 105. Em fila indiana esta estrada num instante se fez e cruzamo-nos com vários ciclistas em sentido contrário, um deles o nosso amigo Ivan Nascimento na sua bicicleta de estrada que vai sempre tão empenhado no seu treino que nem vê ninguém... As indicações de Monte Córdova-NªSª Assunção apareceram, toca a sair da EN 105 e começar a subir, com um Pedro Nogueira já a resmungar desde do início com o bom Sol, com as subidas de paralelo e a escolher os reguinhos de água feitos de cimento liso para circular com a sua BTT, mas a rejeitar qualquer tipo de ajuda, era agora que as mochilas com comida já custavam transportar. Sempre a subir passamos o local das Valinhas já bem perto das 11h30 e na EN319 seguimos em direcção de Santa Luzia, Hortal e Redundo a localidade mais próxima da nascente do Rio Leça e aí nesse local utilizou-se a orientação da "boca", ou seja "quem tem boca vai a Roma" e com indicações precisas de um jovem local encontramos a Nascente do Rio Leça às 12h15. Na nascente fiquei desiludido, pois estava completamente seca... Assim como todo o rio como tivemos oportunidade de constatar durante a descida, todo ele estava a meia água e nas cascatas perto das Valinhas nem sequer corria água, inviabilizando qualquer banho nas suas águas paradas...
Mas continuando a nossa aventura, foi hora de procurar água e um local para comer, com um Pedro Nogueira a não querer partilhar os seus ICE TY´s com o pessoal, fizemos de prepósito o início da descida com ele a resmungar para parar e comer, quando encontramos um fontanário demo-lhes um grande banho de água com ele a queixar-se que o telemóvel estava ficar molhado... :)
A Mariana recebeu nesta altura um nik-name, passou a ser a "PBX" tal é a quantidade de chamadas e sms que recebe no seu telemóvel... :D É uma miúda muito solicitada. :)Foi tempo de continuar a descida, e desta feita desde o início da nascente sempre por orientação de GPS por um trilho realizado pelo meu amigo Ximbra há uns anos atrás, e como devem imaginar aventura não faltou com os enganos e com alguns caminhos já cortados ou tapados com vegetação de tal modo que o coitado do Pedro Nogueira num desses momentos desapareceu literalmente por um rego de água depois de pisar uma vegetação seca... O engraçado é que eu e o Fininho já tinhamos passado pelo local e não nos aconteceu nada... Bem acabou por ficar a partir dali com mais um nik-name de o "Regos". :D



Na freguesia de Reguenga paramos num café local, e depressa vieram falar connosco, conhecemos o Sr. Rui Jorge de 46 anos, não sei como ele advinhou mas perguntou logo como estava a nascente do Rio Leça!?? Homem simples ficamos logo a saber que deu a volta a Portugal de bicicleta em 11 dias e o entusiasmo com que falava do ciclismo e das suas aventuras cativou-nos a todos num momento único de paixão pelo ciclismo já com mais um amigo a juntar-se à conversa também e imagine-se que conheciam alguns nossos amigos de Matosinhos e o Paulo Rodrigues (Patu), nosso patrocinador e amigo que ajuda a escola de ciclismo. Bom e para terminar num exemplo de que o ciclismo é mesmo popular nesse mesmo café estava lá o antigo ciclista Fernando Fernades que representou as principais equipas dos anos 80 ... !? A tarde ia passando mais ou menos com alguma subidinha e paragem para reconhecer o percurso e sempre com as cómicas reclamações do Pedro Nogueira... :) Chegados ao parque de lazer em Alfena foi, mais uma vez, aproveitada para uma pausa do gelado e de comer o lanche, com um estomago a reclamar perto das 17h00.
Continuamos sempre pela margens do Rio Leça com algumas paragens por locais antigos, pontes de pedra, azenhas em ruínas e com tristeza ficamos por ver estes locais que podiam ser lindíssimos se o rio não estivesse poluído e as construções fossem restauradas... Mas um momento também nos chamou a atenção depois de encontrarmos lagostins no Rio... ?!Leça do Balio num instante nos apareceu e já no mosteiro sem pressa em chegar bem perto das 19h00 sentamo-nos na sombra e fresca relva a conversar sobre esta aventura num momento único de amizade entre todos. Assim termino com um agradecimento aos jovens desta aventura provando que se apostarmos neles, podemos ter grandes companheiros e que fácilmente sem grande esforço e com muita brincadeira são grandes companhias em enduros como este... E já está para breve um futuro enduro mas este tem de ter banho completo, há que aproveitar o calor dos dias de Verão de Agosto.

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