The Pilgrimage of this year was different. Because of the rain and the electrical storm on the way to
A versão de 2006 do meu Lisboa – Fátima foi algo diferente. De facto o aspecto rotineiro e de que facilidade a que nos vínhamos habituando foi posta à prova nesta minha quinta peregrinação ao santuário mariano.
Saímos mais tarde do que é habitual (08:00) e, pelo caminho cruzámos o dilúvio.
Tudo isto concorreu para que a chegada tenha sido tardia (21:00) e o grau de dificuldade mais elevado do que o normal. De resto, apenas a odisseia do primeiro ano superou esta peregrinação de 2006. Pela primeira vez pensei em desistir já que a passagem da Serra d’Aire se complicou muito em virtude da tempestade.
Os meus companheiros de viagem em 2006 foram o Rui Sousa e o Mário Silva que nunca tinham efectuado o “Caminho” num único dia pelo que, para eles a jornada foi muito proveitosa.
Aproveitámos o feriado municipal de Santo António. A saída, como habitualmente, efectuou-se no Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações e os primeiros metros foram feitos em bom ritmo até Sacavém. Depois foi o habitual trilho pela margem esquerda Trancão que, ao contrário do ano transacto, estava seco o que contribuiu para que tivesse sido superado sem dificuldades de maior.
Um dos momentos altos é a transposição da via férrea em Alverca se bem que, este ano, devido ao feriado lisboeta, muito pouco observada pelos utentes do combóio. De igual modo a passagem pelo Jardim Constantino Palha em Xira já não é o que era: apesar do aviso que impedia a circulação de velocípedes ninguém nos barrou a passagem ou, sequer, admoestou – eram os sinais de que esta seria uma peregrinação diferente dos anos anteriores.
Sem o vento favorável de 2005 o caminho até Santarém fez-se, no entanto, sem dificuldades de maior não fosse o habitual piso demolidor após a Valada e até à ponte Salgueiro Maia.
Em Santarém, pelas 12:45 foi tempo de “Telepizza” (passo a publicidade) já que essa foi considerada a solução mais consentânea com as calorias despendidas até à escalabitana urbe. Esta pausa, de resto, é fundamental para nos prepararmos para o que se segue, ou seja, a parte mais difícil do percurso já que, desde Lisboa e até Santarém tudo decorre na planura total.
O problema foi mesmo o facto de a chuva irromper, primeiro escassa, depois mais forte a obrigar a uma primeira pausa em Milhariça no abrigo da paragem bus. Seguiu-se a dificuldade de ascender ao topo do outeiro dos três moinhos e de nos abrigarmos de um segundo e ainda mais forte aguaceiro, noutra paragem de autocarro.
Daí até aos Olhos de Água nada de especial a assinalar se bem que, logo após sairmos deste local a chuva irrompe outra vez e muito fortemente obrigando a abrigar-nos de novo. O problema não era só a água mas a tempestade eléctrica que estava cada vez mais perto. Nova aberta fez-nos chegar a Monsanto onde a chuva recomeça, impiedosa e diluviana. Foi uma pausa que se prolongou por mais de 30 minutos sem que desse mostras de amainar.
Aproveitando uma pausa prosseguimos e, no Covão do Feto, em plena subida nova e prolongada paragem com a chuva forte e a visão da serra d’Aire com os relâmpagos (e raios ocasionais) mesmo em cima da estrada onde deveríamos passar.
Tornava-se óbvio que com esta ritmo e com a manutenção daquelas condições atmosféricas seria impossível chegar a Fátima. No entanto aproveitámos uma aberta para chegar primeiro à Serra de Santo António (no dia do mesmo santo) e para conseguir transpor a portela até Minde.
Aí chegados e como o tempo se mantinha estável resolvemos prosseguir até Fátima de bicicleta naquela que se acabaria por revelar como a decisão correcta.
De referir que há duas alterações no percurso antes e depois do Covão do Coelho que nos vêem facilitar a passagem para Fátima.
A primeira que está referida como “pedestre” faz-nos evitar a subida na estrada para Fátima naquele que eu considerava ser a zona mais perigosa da travessia. É uma excelente alternativa para bicicleta já que apenas cerca de 50 metros não são cicláveis e chegamos directamente a Covão do Coelho.
A segunda é já a meio caminho entre aquela localidade e Fátima em plena zona de modelação Cársica onde a abertura de uma pedreira obrigou a criar um traçado alternativo num estupendo estradão. Vencida pois a dificuldade ascensional inicial começa a “cheirar a Fátima” e velozmente nos aproximámos do nosso destino onde chegámos pelo lusco – fusco já pelas 21:00.
Foi tempo de, na Capelinha das Aparições, agradecer à Virgem o modo como nos guiou nesta peregrinação já que as dificuldades motivadas pelo tempo estiveram quase a comprometer a jornada.
Em 2007 haverá mais, se deus quiser!
1 comentário:
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