quinta-feira, 15 de junho de 2006

FÁTIMA PELA QUINTA VEZ


The Pilgrimage of this year was different. Because of the rain and the electrical storm on the way to Fatima we felt that Our Lady was side by side with us during the journey. We thank Her for let us finish in Fatima at the end of a hard and hazardous day.


A versão de 2006 do meu Lisboa – Fátima foi algo diferente. De facto o aspecto rotineiro e de que facilidade a que nos vínhamos habituando foi posta à prova nesta minha quinta peregrinação ao santuário mariano.

Saímos mais tarde do que é habitual (08:00) e, pelo caminho cruzámos o dilúvio.

Tudo isto concorreu para que a chegada tenha sido tardia (21:00) e o grau de dificuldade mais elevado do que o normal. De resto, apenas a odisseia do primeiro ano superou esta peregrinação de 2006. Pela primeira vez pensei em desistir já que a passagem da Serra d’Aire se complicou muito em virtude da tempestade.

Os meus companheiros de viagem em 2006 foram o Rui Sousa e o Mário Silva que nunca tinham efectuado o “Caminho” num único dia pelo que, para eles a jornada foi muito proveitosa.

Aproveitámos o feriado municipal de Santo António. A saída, como habitualmente, efectuou-se no Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações e os primeiros metros foram feitos em bom ritmo até Sacavém. Depois foi o habitual trilho pela margem esquerda Trancão que, ao contrário do ano transacto, estava seco o que contribuiu para que tivesse sido superado sem dificuldades de maior.

Um dos momentos altos é a transposição da via férrea em Alverca se bem que, este ano, devido ao feriado lisboeta, muito pouco observada pelos utentes do combóio. De igual modo a passagem pelo Jardim Constantino Palha em Xira já não é o que era: apesar do aviso que impedia a circulação de velocípedes ninguém nos barrou a passagem ou, sequer, admoestou – eram os sinais de que esta seria uma peregrinação diferente dos anos anteriores.

Sem o vento favorável de 2005 o caminho até Santarém fez-se, no entanto, sem dificuldades de maior não fosse o habitual piso demolidor após a Valada e até à ponte Salgueiro Maia.

Em Santarém, pelas 12:45 foi tempo de “Telepizza” (passo a publicidade) já que essa foi considerada a solução mais consentânea com as calorias despendidas até à escalabitana urbe. Esta pausa, de resto, é fundamental para nos prepararmos para o que se segue, ou seja, a parte mais difícil do percurso já que, desde Lisboa e até Santarém tudo decorre na planura total.

O problema foi mesmo o facto de a chuva irromper, primeiro escassa, depois mais forte a obrigar a uma primeira pausa em Milhariça no abrigo da paragem bus. Seguiu-se a dificuldade de ascender ao topo do outeiro dos três moinhos e de nos abrigarmos de um segundo e ainda mais forte aguaceiro, noutra paragem de autocarro.

Daí até aos Olhos de Água nada de especial a assinalar se bem que, logo após sairmos deste local a chuva irrompe outra vez e muito fortemente obrigando a abrigar-nos de novo. O problema não era só a água mas a tempestade eléctrica que estava cada vez mais perto. Nova aberta fez-nos chegar a Monsanto onde a chuva recomeça, impiedosa e diluviana. Foi uma pausa que se prolongou por mais de 30 minutos sem que desse mostras de amainar.

Aproveitando uma pausa prosseguimos e, no Covão do Feto, em plena subida nova e prolongada paragem com a chuva forte e a visão da serra d’Aire com os relâmpagos (e raios ocasionais) mesmo em cima da estrada onde deveríamos passar.

Tornava-se óbvio que com esta ritmo e com a manutenção daquelas condições atmosféricas seria impossível chegar a Fátima. No entanto aproveitámos uma aberta para chegar primeiro à Serra de Santo António (no dia do mesmo santo) e para conseguir transpor a portela até Minde.

Aí chegados e como o tempo se mantinha estável resolvemos prosseguir até Fátima de bicicleta naquela que se acabaria por revelar como a decisão correcta.

De referir que há duas alterações no percurso antes e depois do Covão do Coelho que nos vêem facilitar a passagem para Fátima.

A primeira que está referida como “pedestre” faz-nos evitar a subida na estrada para Fátima naquele que eu considerava ser a zona mais perigosa da travessia. É uma excelente alternativa para bicicleta já que apenas cerca de 50 metros não são cicláveis e chegamos directamente a Covão do Coelho.

A segunda é já a meio caminho entre aquela localidade e Fátima em plena zona de modelação Cársica onde a abertura de uma pedreira obrigou a criar um traçado alternativo num estupendo estradão. Vencida pois a dificuldade ascensional inicial começa a “cheirar a Fátima” e velozmente nos aproximámos do nosso destino onde chegámos pelo lusco – fusco já pelas 21:00.

Foi tempo de, na Capelinha das Aparições, agradecer à Virgem o modo como nos guiou nesta peregrinação já que as dificuldades motivadas pelo tempo estiveram quase a comprometer a jornada.

Em 2007 haverá mais, se deus quiser!