terça-feira, 7 de outubro de 2008

SÁBADO SALOIO - BTT AO MELHOR ESTILO


Com vista ao sábado passado desafiei inúmeros "companheiros de infortúnio" para uma volta BTT pela zona Oeste (Óbidos, São Martinho do Porto e regresso). Um por um todos alegaram afazeres e fiquei reduzido à expressão mínima de companhia: me, myself & I.
Ainda assim, com o dia de sol que se fazia sentir (estupendo para a prática da modalidade, como diria Gabriel Alves) seria um desperdício não me aventurar por esses montes, mesmo que a solo. Sem embargo há que ter muita prudência e evitar correr riscos desnecessários pois se algo corre mal falta-nos o apoio.
O Oeste foi substituído por uma saloiada, passo a explicar: tinha de entregar umas chaves a um grande amigo que mora em Cachoeiras, Vila Franca de Xira. Andava a adiar tal decisão há semanas. Por outro lado sempre desejei pedalar nas imediações da sua casa e nunca tinha tido o ensejo. Trata-se de uma paisagem extremamente bucólica porém muito acidentada, um grande desafio pedalante.
Juntou-se o útil ao agradável e fiz-me à estrada (que é o mesmo que dizer ao trilho). Optei também por uma ajuda ferroviária. Tomei o metro até Santa Apolónia e pedalei sempre a direito pela deserta estrada do Porto de Lisboa que corre paralela à Av. Infante D. Henrique até ao parque das Nações.
A partir daí foi seguir o "Caminho do Tejo" e as setas amarelas e azúis sempre junto ao Trancão. Chegado à Granja saí à esquerda em direcação ao MARL e comecei a duríssima ascensão que me levaria ao topo do Monte Serves (370 m) via Santa Eulália e Fonte Santa. É árduo chegar lá acima mas a vista compensa tudo: a N, aos nossos pés a CREL, Bucelas e os vinhedos e, a S / SE , Lisboa e o Tejo. É daquelas alturas em que me sinto um privilegiado por comparação ao comum dos mortais que, na mesma altura, passeava num centro comercial suburbano.
Não havendo tempo a perder foi altura de rumar a N e, num constante sobe e desce, ligar a Arruda dos Vinhos, via A-do-Mourão (nome fantástico para uma localidade). Chegado ao Forte do Cego a descida íngreme em cotovelo até perto de Arruda, cruzamento inferior da A10 e nove subida até às Cachoeiras cruzando, um após outro, os vales num rompe pernas fortíssimo. A paisagem é estupenda por aquelas bandas.
No regresso o modo ferroviário desta vez ligou Alverca a Sete Rios não sem antes cruzar de novo aqueles vales fantásticos até São João dos Montes, subir a Subserra e cruzar a Serra de Alhandra transversalmente. A vista lá de cima, com Alhandra e o Tejo a NE é maravilhosa.
No final uma jornada de 70 kms. para cerca de 1700 metros de acumulado positivo, nada mau. Acima de tudo um dia muito bem passado a provar que, a solo, também se pedala em qualidade.

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