quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Ser ou não federado? Competição ou lazer?

Existem muitos praticantes de BTT e muitos eventos, contudo na competição oficial, ou seja nas provas reconhecidas pela Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) o numero de praticantes não são muitos como seria desejável, no meu ponto de vista, em comparação com outros eventos realizados por organizações amadoras ou associações de clubes onde aparecem às centenas...

E o que é que isso interessa dirão a maioria dos praticantes, não gostamos de estar federados e para quê?
Talvez seja mais cómoda a situação e até concordo que optem e tenham as suas razões para não estarem inscritos na FPC. Mas à volta desta situação acho que ainda existe um certo tabu o ser federado, "porque isso é para os prós" dizem... Nada mais errada esta ideia, qualquer um pode estar inscrito e tem vantagens com essa situação.

Contudo não vou escrever sobre essas vantagens de interesse individual, mas sim o que na minha opinião, o geral e neste caso o BTT de Portugal pode ganhar ou evoluir.
Ou seja, todos nós que gostamos de BTT, de certeza que gostariamos de ver equipas de selecção Portuguesas a competir nuns jogos olímpicos por exemplo, e também gostariamos de ver mais BTT nos orgãos informativos de desporto... Mas para isso é necessário haver "aficion" pelo BTT é necessário conhecer os herois que correm nestes nossos trilhos. E porque não correr ao lado deles e mesmo incentivando-os chamando-os pelos nomes? Para este último caso basta participar nas provas ou levar a família para os conhecer e quiçá até inscrever o filho ou filha na FPC, só assim o BTT poderá ter mais expressão oficial que é a que interessa para justificar verbas de dinheiro dos contribuintes a ser investidas neste desporto... E ainda mais importante, quantos mais jovens inscritos aumenta a probalidade de mais adeptos e podem surgir também bom atletas que sentindo-se bem no BTT, continuem e representem uma selecção se forem devidamente apoiados, conseguindo angariar pontos para a nação e atinjam todos uma soma de valores obrigatórios para termos uma representação olímpica daqui a quatro anos. É preciso sermos muitos porque um só não basta para somar os muitos pontos exigidos e elevar o nosso ranking mundial.

Resumindo o BTT para evoluir necessita de referências, de ídolos desportivos conhecidos por todos... Há um ano atrás correu no nosso concelho numa prova do regional do Porto como cadete um miúdo, para mim é já uma referência a nível nacional e até internacional. O projecto com que ele sonha cativa qualquer um e faz sonhar quem goste de BTT, contudo fica um amargo de boca sabendo que sozinho por muito bom que seja, por muitas provas que ganhe no mundo, sozinho sem mais atletas portugueses que o acompanhem este jovem extraordinário nunca conseguirá representar Portugal em 2012 nos jogos olímpicos em Londres...

Penso que com isto consigo transmitir a importância que todos nós devemos dar ao facto de ser ou não ser federado, de participar de forma activa ou simplesmente ver as provas, ou de inscrever ou não os nossos filhos na FPC (se eles gostarem claro).

Assim neste âmbito mostro a seguir a foto-reportagem de Ricardo Marinheiro, para mim um grande ídolo do BTT Português. Um jovem de 16 anos campeão nacional de XCO, vencedor da taça de Portugal de XCO, vice campeão do open de Espanha... Merece ser reconhecido, como também todos os seus adversários desportivos que ele muito respeita, porque sabe que precisa deles para um sonho dele mas que devia ser de todos nós que gostamos de BTT.




Vítor (Tools) Santos

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