Com um dia muito chuvoso em Lisboa chegámos a Torres Vedras ainda antes da chuva uma vez que a tempestade vinha de sul e, de algum modo, a zona montanhosa que cerca a capital, por norte, reteve a passagem da tempestade (por algumas horas, pelo menos).
A ideia era ligar TV a Montejunto e regressar. Havia duas hipóteses: ir pela montanha, regressar pelo vale o vice versa. Optámos pela primeira hipótese e ainda bem em virtude do agravamento das condições atmosféricas.
A saída fez-se passando superiormente ao túnel de caminho de ferro perto da estação ferroviária de Torres Vedras para se efectuar a magnífica vereda descendente que conduz até às Termas dos Cucos. De novo constatei que se trata de um troço técnico estupendo e é, sem dúvida, uma excelente forma de começar um passeio BTT.
Depois foi sair do “buraco” subindo para se transpor a A8 na direcção nascente com o tempo muito cinzento mas ainda sem sinal de chuva. Assim percorremos os metros que faltavam até à Ordasqueira onde se parou para um café matinal sempre agradável. O caminho que daqui segue até Matacães é muito agradável. Aí chegado o meu pneu dianteiro começou a perder ar mas o selante actuou e foi só repor a pressão perdida.
A partir daqui foi sempre a subir para se cruzar a serra galega pelo meio de um nevoeiro misterioso ao qual os moinhos de energia eólicos pareciam suspensos no ar. Mas o “must” foi mesmo a visão de uma torre de prospecção de petróleo no alto da serra (sim, leram bem)...
Até Vila Verde dos Francos a altimetria foi considerável embora a distância tenha sido curta. Assim optámos por ir um pouco mais além e entrar um pouco em pleno Montejunto. Subimos até ao Convento da Visitação e aí descemos contornando por poente até Avenal onde se começou a subir penosamente por uma língua de asfalto serpenteante que nos levou dos 180 aos 350 metros e ao trilho dos moinhos de vento que, normalmente, costuma ter um panorama fantástico mas que, desta vez, devido ao nevoeiro nada se vislumbrava. Chegámos de novo ao Convento da Visitação e a Vila Verde dos Francos completando um círculo.
Aí foi a vez da chuva aparecer, em força, para nunca mais largar. Valeu que o caminho do vale é rápido e a opção de por aí regressar, ao invés, de por aí ligarmos inicialmente Torres Vedras a Montejunto. Rapidamente e cada vez mais encharcados. Primeiro numa descida vertiginosa até à Aldeia Grande onde transpusemos a EN e seguimos pelo vale do Rio Alcabrichel passando ao largo do Maxial até à Abrunheira onde transpusemos a ponte e subimos o vale até junto à linha do caminho de ferro e daí subimos até Sarge por forma a entrarmos, finalmente, em Torres Vedras onde a visão de uma lavagem “Elefante Azul” nos fez sorrir de contentamento. Desta vez, para além das bicicletas, também os ciclistas foram ao banho tal era o estado geral do conjunto.
O quilómetro final foi efectuado pelo asfalto para secar o material velocipédico já que o outro, o humano, só após a sopa e as bifanas...
Fotos: Mário Silva
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