quinta-feira, 19 de março de 2009

Here Comes the Sun King


Depois da invernia o primeiro fim-de-semana digno desse nome foi aproveitado com uma incursão mágica entre Óbidos e Nazaré ao qual se acrescentou o respectivo retorno.

Quatro criaturas alinharam à partida e à chegada: para além deste vosso humilde criado, os suspeitos do costume e que se nomeiam como Mário Silva, José Azurara e Nuno Freire.

A chegada a Óbidos, pela manhã, revelou uma primeira surpresa. A famosa festa do chocolate tinha instalado arraiais intra-muros e com ela as hordas turísticas agravadas por um sábado ensolarado. Valeu o facto de ainda ser (relativamente) cedo e os lugares de estacionamento abundarem. Ainda assim a contagem das almas, nas tortuosas ruas medievais, a fazia-se em quantidade.

De resto, não nos demorámos muito no circuito urbano e rumámos em direcção à Lagoa de Óbidos, deslumbrante como sempre, e daí pelo Nadadouro até á zona de Foz do Arelho onde surgiu a primeira grande dificuldade do dia: uma subida árdua em superfície de tout-venant em que, para além da dificuldade ascensional temos de controlar a roda traseira.

Alcançado o topo foi tempo de circular, pela serra do Bouro até à Cidade e não me refiro às Caldas mas, antes, a uma povoação com essa fantástica toponímia. Daí saímos pela ciclovia da Estrada Nacional em direcção a N durante um par de kms. até abandonarmos para poente em direcção ao mar por uns trilhos deliciosos que nos conduziriam até “às traseiras” de Salir do Porto.

Confesso a minha grande admiração pela descendente Salir e por ali nos demorámos junto à Foz do Tornada em torno de uma legítima sopa Juliana e uma poderosa bifana, após o que seguimos pelo passadiço de madeira que, com a duna, o mar e o sol permitiu as fotos fantásticas que se podem testemunhar.

Cruzámos São Martinho do Porto em glória pela sua ciclovia, com o mar da concha a reflectir o sol subindo rapidamente até à Serra de Mangues, não sem antes ter sido vítima, ainda que de modo muito ligeiro da “lâmina da máquina do fiambre” (pedaleira 42) valeu o facto de estar apeado e de ter sido apenas um “encosto”. Admito que aquelas protecções plásticas das bicicletas de hipermercado (e não só) podem ser uma mais-valia contra este “hazard”. Depois de mais esta demonstração não sei se não optarei por colocar algo semelhante a isto .

A descida até à praia é algo inesquecível sobretudo porque ela se faz numa paisagem deslumbrante. Um pouco mais penoso foi, depois percorrer toda a Praia do Salgado até quase à Nazaré. Se a paisagem é magnífica, o mar a poente e o perfil da serra a nascente mas, o alternar do estradão com a areia, extenua qualquer um.

Atingido o ponto mais a N. foi tempo de subir a potente rampa asfáltica que liga a N 242 a Casal Mota e aí nos internarmos pelos meandros da Serra de Famalicão. E deixem-me que vos diga que aqueles caminhos são estupendos. Parece um circuito desenhado, pela serra, curvando à esquerda e à direita, subindo e descendo pelo meio do arvoredo. A parte final é rapidíssimo e entrámos, de novo, em São Martinho do Porto de rompante perdendo alguns saborosos minutos exercitando a vista num belvedere sobranceiro à baía.

De novo percorremos o passadiço até Salir tendo optado no regresso pelos pinhais que foram percorridos a velocidade elevada e, num ápice, tínhamos Caldas da Rainha à vista e daí até Óbidos, via Casal da Várzea e Bairro, rolou-se, então, mais calmamente.

Vencido o declive castelar, intra-muros as ruas estavam mais preenchidas que nunca e a nossa presença e passagem foi tudo menos discreta, sobretudo quando Azurara resolveu derrubar acidentalmente uma placa indicadora de um restaurante. A dita indicação era enorme e em ferro forjado e o contacto com o calcário da calçada soou ainda mais ruidoso que sargento ordenando pelotão de instrução e despertando um genuíno interesse popular generalizado. Foi uma passagem em high-profile! Valeu a famosa ginja d'Óbidos para rematar mais uma inesquecível incursão e, embora preparados para as trevas, acabamos por cumprir ainda com luz solar.


Mais fotos aqui

Sábado, 14 de Março de 2009

Distância: 80 kms.

Acumulado Positivo: 1500 m

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