domingo, 12 de abril de 2009

Mons Sanctus


Confesso que sempre desejei mas nunca consegui efectuar a "Travessia de Portugal" da Ciclonatur. Todavia, o período do ano em que se realiza, sempre inviabilizou a minha presença.

Assim, quando o Rui Sousa e a Marta Vieira me disseram que iriam efectuar o reconhecimento de uma das suas etapas para a versão 2009 eu não consegui resistir ao apelo. Tratou-se da ligação entre Alfaiates (Sabugal) e Monsanto (Idanha-a-Nova) e teve lugar no passado dia 5 de Abril.

Como a logística se afigurava algo difícil já que o reconhecimento era linear (N-S) foi importante o encontro prévio, de véspera, em Monsanto onde deixámos uma viatura. Foi tempo de se rumar a Penha Garcia para uma visita turística (nunca ali tinha estado) , o jantar em Penamacor e a pernoita na Guarda.

No dia seguinte rumámos a Alfaiates para se dar início a esta ligação. O tempo esteve perfeito já que o sol brilhou, proporcionando estas magníficas fotos, mas a temperatura manteve-se contida, nem fria, nem quente. De resto, a chegada a Alfaiates, de carro pela manhã, fez-se com uns expressivos 2º C, o que me fez pensar que estava de calções mas, surpresa, o facto de o tempo estar seco, ensolarado e sem vento provocou uma sensação térmica agradável. Esta etapa, se for efectuada com muito calor torna-se complicada já que, em mais de 55 dos seus 70 kms., correpondentes à travessia da Serra da Malcata, não se vislumbra vivalma. Ainda assim alinhei com a bolsa completamente cheia (3,5 l. de água).


Os 15 kms. iníciais são sempre a subir até Fóios, onde se entra na RNSM que só abandonaremos várias dezenas de kms. adiante. É um espaço magnífico e eloquente, pelas paisagens deslumbrantes com a visão da imensidão dos espaços, enquadrados pelas serranias da Gardunha e Estrela, do lado português, e de Bejar e Gata do espanhol e no qual o aroma a esteva nos acompanha km. a fio. De resto esta é uma rota eminentemente raiana já que contornam os marcos fronteiriços durante muito tempo. Apenas uma nota negativa para a praga da processionária que contaminou vastos hectares de pinhal que se encontra, agora, irremediavelmente perdido.

Os 70 kms. desta travessia não a tornam muito extensa mas a altimetria positiva de cerca de 1.700 m. conta com três passagens dificeis: uma em plena RNSM, através de um corta-fogo ao longo da raia; outro na ascensão à Serra do Ramiro (antes da descida para o vale onde se encontra o cabeço de Monsanto) e a ascensão final pela granítica calçada romana até ao promontório rochoso da "aldeia mais portuguesa de Portugal", Monsanto de seu nome.

A chegada "lá acima", de resto, é um daqueles momentos que nos fazem sentir privilegiados por sermos parte desta filosofia de vida que é o BTT...

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